19 de Outubro de 2024
19 de Outubro de 2024
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Política Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2021, 12:00 - A | A

Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2021, 12h:00 - A | A

"SOFRI PENA ANTECIPADA"

Antônio Joaquim diz que foi vítima de “vingança ardilosa” de Silval e da “mente raivosa” de Taques

Conselheiro disse que os demais membros do TCE foram afastados para não ficar nítido a "manobra politica" de Taques de prejudicar ele (Joaquim)

Lucione Nazareth/VG Notícias

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, em sessão ordinária virtual desta terça-feira (23.02), afirmou que foi vítima de uma “vingança ardilosa” do ex-governador Silval Barbosa” e da “mente raivosa” do também ex-governador Pedro Taques. Ainda segundo ele, um fator predominante para seu afastamento foi seu projeto político de concorrer ao Governo do Estado nas eleições de 2018 em uma eventual disputa com Taques.

Leia Mais - Schneider decide favorável ao retorno imediato de Antônio Joaquim ao TCE

Em um discurso de mais de 50 minutos, Joaquim começou afirmando que se sente aliviado com seu retorno pelo fato que a justiça começa a ser restaurada em um processo turbulento e que foi motivada por vinganças pessoais e manobras políticas no processo judicial.

“Confesso há dias, desde quinta-feira que soube da decisão, estou me debatendo com dois sentimentos distintos quase antagônicos. O primeiro é de alívio por ter recebido a notícia que finalmente a justiça começa a ser restaurada. O segundo não é tão bom. Há um certo sentimento de revolta, por ver escancarada uma certeza que tive de ter sido vítima de rancorosa e maldosa trama”, declarou o conselheiro.

Ele fez duras acusações contra os ex-governadores Silval Barbosa e Pedro Taques na suposta “manipulação” do processo de afastamento arquitetado e conduzido pelos ex-gestores.

“De um lado pesou a vingança ardilosa do então ex-governador Silval Barbosa contra minha atuação sempre vigilante e fiscalizadora nesta Casa (TCE) no seu Governo. Apontei publicamente em mais de 12 relatórios as mentiras que eram contadas a população de Mato Grosso sobre as obras da Copa do Mundo. Eu dizia que não ia ficar pronto. Está tudo errado”, afirmando ser um dos motivos. Do outro lado pesou a mente raivosa do então governador Pedro Taques, que em conluio com seu ex-colega, o procurador da PGR, Rodrigo Janot, não mediu consequências para livrar-se de um possível adversário nas eleições de 2018”, disparou.

Conforme o conselheiro, em 2018 ao declarar que deixaria a Corte Contas para disputar o Governo do Estado virou “alvo” do então governador Pedro Taques para que não conseguisse obter êxito no projeto político. Ele citou que o ex-gestor ainda teria obtido ajuda do amigo e então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para conseguir o afastamento judicial.

“De forma rasteira e covarde eles aproveitaram a citação do meu nome nesta delação para perpetrar aquilo que o próprio Taques falava em ambiente festivo, público: que eu (Joaquim) seria candidato. Na condição de procurador-geral da República, o Rodrigo Janot, atendeu o seu amigo Taques e pesou a mão ao pedir os meus dois afastamentos e dos outros colegas do TCE. Esse foi o grande crime que cometi (de querer ser candidato) e pelo qual fui duramente penalizado e injustiçado”, frisou, citando que teria ocorrido conchavo entre Taques e Janot.

Antônio Joaquim afirmou que errou ao subestimar Pedro Taques, mas que teve satisfação quando o então adversário político perdeu o pleito daquele ano para Mauro Mendes (DEM).

“É fato que eu subestimei a mente esperta e maldosa do senhor Pedro Taques. Um erro que espero não cometer mais na minha vida. A minha única satisfação do erro que cometi naquelas eleições que foi retirado do processo, o povo de Mato Grosso o avaliou (Taques) e lhe conferiu seu devido tamanho. Uma votação inferior aos votos brancos e nulos, ou seja, uma eleição que tinha três concorrentes ele (Pedro) ficou em quarto lugar. Perdeu para brancos e nulos”, relatou.

Joaquim voltou afirmar que desconhecia que o ex-governador Silval Barbosa seria sócio oculto do empresário Wanderley Faccheti Torres, proprietário da empresa Trimec, no negócio da venda de uma fazenda no valor de R$ 10 milhões. O dinheiro para o negócio, segundo a delação de Silval, foi oriunda de propina retirada de um contrato entre a Trimec e o Governo do Estado em 2011.

Ainda segundo ele, a perseguição de Pedro Taques foi notada quando o então governador assinou aposentadoria de um ex-deputado, que de acordo com Antônio Joaquim, foi gravado pegando supostamente propina de Silval e o pedido de sua (conselheiro) da Corte de Contas não foi homologada e ainda o processo foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Peço que tenha noção da gravidade que aconteceu comigo. Isso pode acontecer a qualquer um. Peço a Deus que não aconteça com ninguém. Nós conselheiros do Tribunal sofremos pena antecipada sem nenhum julgamento e sequer foi aberto um processo para nos defender. Os meus colegas foram penalizados com pena de afastamento por minha causa, pois, seria percebido por todos se só eu fosse afastado”, declarou.

Ao final, o conselheiro ainda disparou que a “trama” montada para o afastamento dos membros do TCE é percebida pelo fato de que das mais de 200 pessoas e empresas denunciadas por Silval Barbosa em sua delação somente os conselheiros sofreram sanções judiciais.

“Eu e meus colegas fomos os únicos destas mais de 200 pessoas denunciadas, sem denúncia formal, sem defesa, que sofremos pena antecipada. Tenho certeza que não fosse a minha ousadia de dar voz a um projeto de candidatura as coisas teriam acontecido com mais prudência, justiça e de igualdade de tratamento, como outros demais 200 denunciados que até hoje não foram penalizados”, finalizou Joaquim afirmando que arquivou o processo de aposentadoria do TCE.

 

 

 

 
 

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760