O advogado Roberto Zampieri, 56 anos, deveria apresentar uma manifestação em uma ação contra a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo e seus pais em 7 de dezembro, mas foi morto antes do prazo. A empresária está sendo investigada pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) por supostamente ser a mandante do assassinato ocorrido em 5 de dezembro deste ano.
Maria Angélica foi presa na tarde de quarta-feira (20.12) em Patos de Minas (MG), acusada de contratar o pistoleiro Antônio Gomes da Silva para matar o advogado. Conforme alguns processos contra a investigada, ela está envolvida em uma disputa de terras, na qual Zampieri atuava como advogado da parte contrária. Maria é mencionada no processo como representante dos pais João Moreira Gontijo e Maria de Fátima Caixeta Borges, na disputa por cinco hectares de uma fazenda que os pais supostamente venderam para outra pessoa.
"Em síntese, relata que desde 2017 é possuidora legítima de um imóvel rural, situado no município de Ribeirão Cascalheira/MT. Tal área foi adquirida, primeiramente, por R.C.L.Z, por meio da escritura pública de transferência de cessão de direitos possessórios, tendo como cedente João Moreira Gontijo e sua cônjuge, ora demandada", cita o processo.
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A suspeita é denunciada pela atual dona do local por invadir a terra, construir uma estrada e por coagir e ameaçar Maria.
"No dia 19 de junho de 2022, a parte autora juntou manifestação nos autos. Informou que, no dia anterior (18), a ré enviou vários capangas armados e, rompendo a cerca de divisa da área da autora, adentrou em sua propriedade e ali iniciou a construção de uma estrada [...]. No dia 1º de setembro de 2022, a autora informou que, no dia 31 de agosto, a ré enviou, novamente, vários 'funcionários' para o local do conflito e, rompendo outra cerca de divisa da área da autora, adentrou em outra porção de sua propriedade destruindo cercas e porteiras", cita a ação judicial.
O processo contra a empresária e os pais continua em andamento, e o juiz deu um prazo para que Roberto apresentasse uma manifestação até 7 de dezembro. No entanto, o advogado foi morto em 5 de dezembro, na frente de seu escritório, localizado no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Zampieri foi morto com aproximadamente 10 disparos de arma de fogo. O pistoleiro fugiu após o crime. Imagens do circuito interno do escritório mostram o suspeito Antônio Gomes da Silva visitando o local em 4 de dezembro, um dia antes do crime, e conversando com Zampieri e seu sócio.
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Nas imagens, o suspeito aparece de camiseta verde, com uma boina e muletas que ele utilizava para se apoiar. Antônio foi preso em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e logo em seguida a Polícia Civil chegou até a possível mandante, Maria Angélica, presa no Município de Patos (MG), com uma arma de fogo do mesmo calibre utilizado para matar o advogado.
Uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, está em Minas Gerais e deve ouvir os acusados.
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