O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), por meio de nota, informou que prendeu preventivamente na noite dessa sexta-feira (23.08), o sargento da Policial Militar, Berison Costa e Silva, supostamente envolvido em fraudes de documentos e sistemas de informações, para acobertar participantes de homicídios, suposto grupo de extermínio desvelado pela Operação Mercenários.
O Gaeco cumpriu na última quarta-feira (21.08), mandados de prisão contra quatro oficiais da Polícia Militar, em Cuiabá, entre eles, Sada Ribeiro Parreira e os tenentes Thiago Satiro Albino e Cleber Souza Ferreira, este último já se encontrava preso, por outro caso, envolvendo facilitação de entrada de celulares na Penitenciária Central.
De acordo com investigação, o militar teria atuado para adulterar numeração de armas na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (SALP) do Comando Geral da PM, com objetivo de obstruir as investigações contra o militares que fazem parte do grupo de extermínio intitulado de "Mercenários", que cometeu vários homicídios, sendo consumados três casos e quatro tentativas de homicídios.
O tenente-coronel PM, Marcos Eduardo Ticianel Paccola, era um dos alvos da operação, porém, conseguiu Harbeas Corpus preventivo, no plantão judicial, que antecedeu a Operação da Polícia Civil, que determinou a prisão dele e mais três oficiais militares envolvidos em adulteração de armas. O habeas corpus com pedido de liminar foi concedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Sebastião Barbosa Farias, as 2h27min desta quarta-feira (21.08).
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Os militares foram denunciados pelo Gaeco por crimes de organização criminosa armada, obstrução de justiça, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Operação Mercenários - Em abril de 2016, a Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio das polícias Civil, Militar e Politec, deflagrou uma operação integrada para desarticular organização criminosa suspeita de envolvimento em vários crimes de homicídio por encomenda. Á época, a operação "Mercenários" cumpriu 17 mandados de prisão, além de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande.
Seis policiais militares, seis vigilantes, dois informantes, dois homens identificados como mandantes e um apontado como intermediário entre o grupo e os contratantes foram presos. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Justiça de Várzea Grande.
Com os suspeitos foram apreendidas armas (espingardas calibre 12, pistolas 9 milímetros, revólveres) e munição, além balaclavas, coletes balísticos, placas de veículos, luvas, roupas camufladas e uniformes da PM.
As investigações eram conduzidas desde o final de 2015 por uma força-tarefa constituída pela Sesp para apurar casos de homicídio, com características semelhantes e considerados de "alta complexidade".
O trabalho, chefiado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que o grupo preso era vinculado a pelo menos cinco casos de homicídio ocorridos entre os dias 3 de março e 13 de abril em Cuiabá e Várzea Grande. A motivação, segundo as investigações, era meramente financeira e as vítimas não estavam necessariamente vinculadas a crimes.
Triplo homicídio no bairro Cristo Rei e o assassinato a tiros de um empresário no centro de Várzea Grande, em abril de 2016, estavam entre os casos investigados como possível ligação com o grupo.
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