Uma média de cinco flagrantes de crimes de roubos e furtos é lavrado por dia no plantão da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, de Cuiabá. Em dois meses, o plantão especializado em crimes contra o patrimônio autuou em flagrante 267 pessoas em 228 procedimentos formalizados. A unidade policial também recebe todos os dias aproximadamente 45 ocorrências de roubos e furtos ocorridos na Capital.
Para o delegado titular da Derf, Roberto Amorim, o expediente 24 horas também trouxe agilidade nas investigações dos delegados que estão à frente das investigações dos delitos, principalmente dos roubos cometidos com violência. Conforme o delegado, ao fazer a comunicação diretamente na unidade, o atendente é orientado a extrair o máximo possível de informações do fato e em seguida encaminha o comunicante para reconhecimento de fotográfico no banco de imagens da delegacia. “Ali nesse momento, no ato do registro, é iniciada a investigação e com isso diminuímos o tempo”, afirma o delegado.
Conforme Amorim, a demanda de casos registrados pela polícia, em muitas delas, necessitam de maior atenção das vítimas, que além de deixarem de comparecer na delegacia para prestar informações sobre o crime sofrido, acabam ‘facilitando’ a ação de bandidos. “Temos que parar de achar que a Polícia não faz nada, que o Estado não faz nada. Todos têm que fazer sua parte. Muitas e muitas pessoas vão à delegacia e registrar o boletim de ocorrência, mas muitas vítimas deixam de procurar a polícia”, explica o delegado.
O delegado acrescenta que condutas simples podem ajudar na redução do índice de roubos e furtos. Uma das formas, segundo Amorim, seria a integração entre os vizinhos no bairro para que, em havendo situações de anormalidade na rua, um converse com o outro e fiquem alerta para acionar os números de emergências ou denúncia como o 190 e 197. “É um cuidando do outro. Que faça do vizinho uma mão amiga e que troquem informações. Isso vai contribuir de uma forma que ele nem imagina e, com isso, podemos evitar vários e vários roubos”, afirma o delegado.
Outro cuidado importante, que pode evitar assaltos, é prestar atenção nos arredores ao chegar ou sair de casa. “Esse é o momento critico que acontece o assalto, que os bandidos enquadram, porque hoje qualquer residência tem vários eletroeletrônicos, que são atrativos para os bandidos”, disse o delegado.
O delegado orienta, que ao perceber movimentação estranha na rua, barulho fora do normal na casa de vizinhos, que acione a Polícia e tome alguns cuidados como anotar placa de veículo suspeito que esteja andando devagar pela rua. Foi exatamente essa atenção, que um morador ajudou policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande a prender três bandidos no mês de fevereiro. O morador da região central desconfiou de um C4 Palas, preto, que rondava pela rua e anotou a placa.
O veículo dava apoio a dois bandidos, que armados entraram na casa de um casal e mediante violência roubaram objetos, dinheiro, tênis, celulares, entre outros. Os bandidos foram presos horas depois com os produtos roubados e o carro que o vizinho anotou a placa. “Os crimes de roubo acontecem quando os moradores estão na residência e informações são importantes para o trabalho policial”, ressalta o delegado Franscico Kunze, titular da Derf de Várzea Grande.
Cuidados com o veículo - Para evitar furtos com arrombamentos de carros, a Polícia Civil orienta não deixar pastas de notebook, documentos ou bolsas dentro de veículos. Na semana passada, a Delegacia Roubos e Furtos prendeu um assaltante, que usava veículos de luxo para cometer crimes em várias regiões de Cuiabá. A Delegacia estima que ele tenha praticado mais de 100 furtos e roubos na Capital, utilizando carros imponentes para não chamar a atenção e despistar a polícia.
O suspeito, Welliton da Costa Souza, de 28 anos, conhecido por “Quati”, foi preso na última quinta-feira (27.02), no bairro Jardim Leblon, em cumprimento de mandado de prisão temporária. Com ele, a Polícia Civil apreendeu uma BMW e um Corolla, estacionados na residência do suspeito, além de vários objetos, entre eles notebooks, óculos de marcas variadas, calculadoras profissionais, equipamentos médico-hospitalar, pendrives, além de dois Rádios HT, usado pela quadrilha para copiar a frequência da polícia e se comunicar com os comparsas.
O bando também utiliza VW Beetle nos assaltos, mas o carro não foi apreendido. O suspeito agia com mais dois comparsas. Eles estacionavam os carros, próximo a universidades, hospitais, boates, restaurantes e ambientes bem frequentados da Capital, arrombavam veículos estacionados nos locais e subtraíam pertences das vítimas, geralmente pastas contendo notebooks e outros equipamentos eletrônicos. Se a vítima chegava o furto se transformava em roubo com emprego de arma de fogo.
No Celular - Outra dica simples e que pode evitar roubos de aparelhos é evitar falar ao celular em ruas movimentadas. Bloquear o e-mail do aparelho na operadora também ajuda na redução das ocorrências. Outro ponto fundamental é instalar GPS no celular para auxiliar na localização do aparelho, nos casos de perdas, furtos ou roubos. O rastreador instalado em notebooks foi ponto chave da recuperação de quatro computadores portáteis no interior do Estado, recentemente pela Derf Cuiabá. “O aplicativo é gratuito e ajuda em 80% de possibilidade de localizar o objeto”, destaca o delegado Roberto Amorim.
No Comércio - Câmeras de circuito de segurança inibem a ação de bandidos, mas não evitam assaltos, sobretudo quando mal instaladas. O equipamento deve ser colocado na altura e posição que permita a visualização de frente e não do alto. “Percebemos que o empresário ao comprar um circuito de câmeras acha que está seguro. Não está. E ainda mais, a posição das câmeras, a localidade, que muitas vezes é instalada no alto, dificulta demais a identificação”, afirma o Amorim.
Os moradores e comerciantes, diante dos equipamentos, perceberem movimentação suspeita devem acionar a polícia, com isso podem evitar mais um assalto. “O roubo e o furto é uma oportunidade que o individuo encontra. A vítima tem que se conscientizar que não pode facilitar. O estado não consegue suportar isso. A demanda é tamanha que as delegacias não têm condições de atender a todos”, finaliza o delegado.
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