Francisca Alves do Nascimento, 35 anos, morta a facadas pelo ex-marido, identificado pelas iniciais M.O. de F., 46 anos, foi até o local após receber uma foto da filha com o ex-companheiro, onde a familiar dizia que o "tio" estava indo, mas ela queria que os dois continuassem.
O crime de feminicídio aconteceu na noite dessa segunda-feira (15.01), em uma via pública, no bairro Alvorada, no município de Lucas do Rio Verde (a 331 km de Cuiabá). Leia matéria relacionada - Cenas fortes: Mulher é morta a facadas pelo ex-marido em MT
Conforme a delegada responsável pelas investigações, Ana Terra, a filha de Francisca teria ido até a rodoviária se despedir do padrasto, com quem tinha uma relação, e após mandar a foto para a mãe, Francisca resolveu ir até o local.
A delegada disse que o suspeito, em depoimento, relatou que chamou a ex-mulher para conversar um pouco mais afastado da rodoviária, e atrás de um muro, ele a abraçou e chegou a dizer "você não disse que me amava?", e a encostou na parede e a golpeou com diversas facadas.
Para a delegada, o criminoso não demostrou arrependimento e declarou que não adquiriu a faca especificamente para a prática do crime. Ana disse que o suspeito ainda quis culpar Francisca pela própria morte, dizendo que se ela não tivesse ido ao local o crime não teria ocorrido.
"Culpabilizar a vítima é uma característica do ciclo de violência doméstica. E com isso assim a gente percebe que teve uma tendência e uma progressão dos atos muito rápidos. Ele falou que ela teria outros relacionamentos, mas nada disso justifica", ponderou Terra.
De acordo com a delegada, o casal manteve um relacionamento amoroso a aproximadamente quatro anos, e a vítima tinha algumas filhas, mas não era dessa união.
A delegada relatou que o relacionamento do casal teria tido algumas idas e vindas e desse tempo que eles permaneceram juntos, o suspeito já teria praticado outros atos de violência. Segundo Ana, ele foi preso em março de 2022 e em dezembro de 2023, sendo que a vítima não teve interesse em medida protetiva em nenhuma das ocasiões.
" A vítima demonstrou que não tinha interesse em medida protetiva, ela acreditava não vivenciar ali um ciclo de violência doméstica, em que pese a gente ter ali indícios de que ela já vivenciava desde o início do relacionamento", explanou a delegada Ana Terra.
O suspeito foi interrogado é segue à disposição da Justiça.
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