No domingo (31.10), por volta das 15 horas, um desentendimento “amoroso” entre servidores da Unidade de Pronto Atendimento do Ipase, em Várzea Grande, acabou na delegacia.
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Segundo boletim de ocorrência, a vítima contou que teve um relacionamento afetivo com o suspeito por um ano - e há uma semana terminaram. E que durante o período de convivência nunca foi agredida, ameaçada ou registrou boletim de ocorrência contra o suspeito.
Ela contou que ele exerce a função de chefia - e no domingo (31), o suspeito estava de folga e ela no Plantão na UPA/IPASE. E, segundo a vítima, o suspeito tomou conhecimento de que ela tinha ficado com outra pessoa, quando por volta das 14h00, no plantão, o suspeito chegou com o carro ‘cantando pneu’, desceu e foi para cima da vítima de forma ameaçadora, mandando-a calar a boca.
Ela disse que o desentendimento entre eles começou quando fez amizade com uma funcionária do suspeito - e contou para ela (funcionária) sobre o relacionamento de ambos - e desde então o mesmo passou a ameaçar, coagir e humilhá-la no ambiente de trabalho, sendo que essas humilhações são verbais e por aplicativo de mensagens WhatsApp.
"Eu vou colocar as meninas contra você", "Você não paga suas contas", "você está devendo a moça da lingerie", entre outras, sempre querendo denegri-la diante das funcionárias dele.
A vítima afirmou que vem sofrendo perseguições no trabalho, pois o suspeito tem influência política no âmbito da saúde municipal. Ela disse que é funcionária contratada pela saúde e tem medo de perder seu emprego em razão da influência do autor, já que o mesmo é parente de altos funcionários da saúde.
A servidora afirmou ainda, que tem prints das mensagens de WhatsApp com o autor e se compromete a fornecê-las a autoridade policial e pediu medidas protetivas.
O suspeito estava presente no momento da comunicação do fato, manifestou o desejo de manter silêncio - e diante das circunstâncias ele foi preso em flagrante e conduzido à Central de Flagrantes de Várzea Grande para providências. Contudo, o delegado arbitrou fiança de R$ 1.100 mil, o suspeito pagou e foi colocado em liberdade e vai responder pelo crime de ameaça, enquadrado na Lei Maria Da Penha.
Medida protetiva – O diretor do Fórum de Várzea Grande, juiz plantonista, Luís Otavio Pereira Marques, deferiu parcialmente as medidas protetivas pleiteadas pela vítima. O magistrado proibiu temporariamente o agressor de se aproximar da vítima, familiares e testemunhas, fixando-se o limite mínimo de 300 metros entre os mesmos, ressalvado o horário em que estiverem em seu local de trabalho (UPA Ipase), ocasião em que não deverá entrar em contato pessoal direto com a vítima.
Ele também proibiu temporariamente o agressor de manter contato com a vítima, familiares e testemunhas, por qualquer meio de comunicação, especialmente via aplicativos de mensagens e telefone.
“Quanto à proibição de frequentação do local “onde a vítima estiver”, verifico que se trata de pedido abstrato, não havendo justificativa para sua concessão, especialmente diante das medidas já deferidas acima, bem como considerando que ambos trabalham no mesmo local. Tendo em vista que as partes não residem no mesmo local e não estão mais em um relacionamento amoroso, conforme alegações da própria vítima, tenho por prejudicado o pedido de separação de corpos”, diz trecho da decisão.
Por fim, o Luís Otávio determinou acompanhamento do caso pela equipe multidisciplinar, a qual deverá trazer relatório do estado psicológico da vítima, bem como outras condições observadas tanto em relação aos agressores como da própria vítima, no prazo de cinco dias.
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