O advogado e contador de Cuiabá, Anilton Gomes, é considerado pela Polícia Judiciária Civil, o líder da organização criminosa responsável por um esquema de sonegação fiscal em Mato Grosso. Sete ordens judiciais, sendo quatro mandados de prisão e três de busca e apreensão domiciliar, foram cumpridos na manhã desta quarta-feira (09.10), na operação Fake Paper. Ao todo, nove pessoas foram presas no Estado.
Anilton, segundo a PJC, era sócio e contador das empresas Rio Rancho Produtos do Agronegócio, Mato Grosso Comércio e Serviços e a B. Da S. Guimarães Eireli, que juntas emitiram R$ 337.337.930,11 em notas frias, gerando um prejuízo aos cofres do Estado.
Além dele, foram presos Bruno da Silva Guimarães e Welton Borges Gonçalves, na Capital. Em Sorriso, Edno Machado de Menezes foi alvo da operação.
Segundo o delegado chefe da operação, Sylvio do Vale Ferreira, as empresas eram constituídas através de documentos falsos, inclusive, selos.
“Foram empresas constituídas através de documentos falsos, inclusive de falsificação de selos, e tudo mais. Feita essa pequena etapa de identificação das empresas, começamos apurar todas essas pessoas que estariam operando essas empresas. Tem um grupo em Cuiabá que é feito toda a gestão de emissão de notas, e temos no interior do Estado outros contadores e outros integrantes da organização, que trabalham no sentido de oferecer aos produtores rurais ou as outras empresas, as notas fiscais frias, para que os produtores possam utilizar como bem entender. Desde a prática de sonegação até outros crimes”, explicou.
De acordo com o secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, a fraude foi identificada por um trabalho que gerencia o índice de participação dos municípios e o comportamento de cada contribuinte.
“Esse setor verifica o comportamento de cada contribuinte que pode apresentar alguma distorção e foi verificado que essas três empresas movimentavam volumes financeiros e de produtos que não tinham relação com as entradas de mercadorias em seu estabelecimento. Isso gerou um relatório de inteligência, foi compartilhado com a delegacia. Um dos produtores rurais acabou vindo a Defaz e confessou que de fato aquela aquisição dele não era uma operação real, era fictícia, inidônea. E a partir dai iniciou toda operação”, contou em entrevista coletiva.
Conforme ele, alguns empresários já até vieram até a Sefaz para pagar uma parte da multa imposta a eles.
“R$ 330 milhões foi o volume das notas fiscais sonegadas, a multa é um percentual sobre o valor das operações, destas três empresas, nós já autuamos R$ 40 milhões, e já houve ressarcimento nos cofres de R$ 5 mi, portanto, nós temos um saldo a recuperar de fraude dessas empresas de algo em torno de R$ 35 milhões. Geralmente quem está pagando são os produtores rurais, eles são solidários para o lançamento tributário”, contou.
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