Servidores efetivos e ocupando cargos elevados na Vigilância Sanitária de Várzea Grande, acabaram exonerados após cobrarem propina do dono de uma peixaria no valor de R$ 4 mil e também levarem 10 pacotes de kibe de peixe. Erick William Pinto, 37 anos, Nélio Flores de Freitas, 51 anos, e Lúcio Cunha de Moraes, foram investigados por quase cinco anos pela prática criminosa de corrupção passiva para não multar e não interditar os estabelecimentos comerciais irregulares.
O caso ocorreu em maio de 2019, quando na época o fiscal Nélio, que prestava serviços públicos há 24 anos, lavrou o termo de interdição da Peixaria São Benedito, no bairro Aeroporto, pois não cumpriria com diversas exigências sanitárias, bem como alegou que havia um débito de multas no valor de R$ 12 mil.
Sem seu ganha-pão, o empresário procurou a sede da Vigilância para negociar os débitos, quando foi atendido por Erick Willian e Lúcio, sendo Erick o superintendente do órgão e também presidente do Conselho Municipal de Saúde na época. Após diversas negociações foi arbitrado ao comerciante um valor de R$ 4 mil parcelado em três vezes para reabrir o comércio.
Ante a exigência de vantagem indevida, no dia 22 de maio de 2019, Nélio retornou ao local e lavrou a desinterdição. Ainda na ocasião, Nélio "pegou" 10 pacotes de quibe de peixe, afirmando que seria entregue a Erick.
Já no dia 27 de maio daquele ano, Nélio foi até a Peixaria para buscar a quantia em dinheiro exigida para que o estabelecimento comercial permanecesse em funcionamento, agindo sob a ordem de Erick, momento em que foi detido pelos policiais civis.
No decorrer do trâmite, os servidores foram exonerados dos cargos comissionados e por quase cinco anos foram investigados por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Na manhã dessa segunda-feira (20), o prefeito Kalil Baracat, acolheu os termos da Comissão Permanente de Sindicância e Processos Administrativos Disciplinares e demitiu os envolvidos no crime de corrupção passiva.
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