Presa desde o dia 19 de fevereiro, a médica Virgínia Soares de Souza, acusada de acelerar mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral do Hospital Evangélico, em Curitiba (PR), disse que nunca foi negligente. "Nunca fui negligente, nunca fui imprudente, nunca tive uma infração ética registrada, uma queixa, e exerci a medicina de forma consciente e correta", relatou ela ao Fantástico, da Rede Globo.
A gravação foi autorizada pelo juiz da Vara da Corregedoria dos Presídios, Moacir Antônio Dala Costa.
A médica afirmou que erros podem ter acontecido, mas jamais de maneira intencional. "Eu não sou Deus, não sou perfeita. Nada mais fiz do que exercer com a maior dignidade possível e com respeito aos pacientes a medicina intensiva."
Funcionária do hospital desde 1988 e chefe da UTI geral desde 2006, ela foi indiciada pela polícia por homicídio qualificado e formação de quadrilha. Outras cinco pessoas suspeitas de envolvimento também foram indiciadas pelos mesmos crimes. Mais de 1,7 mil prontuários de pacientes que morreram na UTI foram recolhidos pela polícia.
Ainda ao Fantástico, ela disse que as testemunhas que depuseram contra ela "não sabem do que estão falando porque não são médicas".