O procurador Leonardo Azeredo dos Santos reclamou publicamente de seu salário de R$ 24 mil em uma sessão da Câmara de Procuradores do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), no dia 12 de agosto. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“O senhor me desculpe o desabafo, eu estou fazendo a minha parte. Eu estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou passando a gastar R$ 8 [mil], para poder viver com os meus R$ 24 mil”, disse Azeredo. O áudio na íntegra, com 1 hora e 40 minutos, foi publicado no site da própria instituição.
Os procuradores, cargo que equivale ao de desembargador na hierarquia da promotoria estadual, discutiam o orçamento proposto para 2020. Azeredo começou a indagar quais as soluções previstas para aumentar os salários dos membros do Ministério Público no próximo ano.
“Como é que o cara vai viver com R$ 24 mil? O que é que de fato vamos fazer para melhorar a nossa remuneração? Ou nós vamos ficar quietos? Eu não sei se vou receber a mais, se vai ter algum recálculo dos atrasados que possa me salvar, salvar a minha pele. Eu, de qualquer forma, já estou baixando meu padrão de vida bruscamente, mas eu vou sobreviver”, afirmou.
“Vamos baixar mais a crista? Vamos virar pedinte quase? Alguém vai chegar e dizer ‘ora, exagero seu, você não sabe o que é um pedinte’. Mas será que estou pedindo muito, para o cargo que eu ocupo? Será que o meu cargo não merece ter uma remuneração que eu possa pagar o colégio dos meus filhos, por exemplo?”, disse.
Minas Gerais vive uma das piores situações de crise fiscal do país, com parte de pagamentos de servidores públicos atrasados e parcelados. O governador Romeu Zema (Novo) defende como saída a adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) com a União. O plano, porém, ainda não foi apresentado ao Legislativo.
Por meio de nota, o MPMG classificou a manifestação do procurador como sendo de “cunho pessoal”. A instituição ressaltou que não há nenhum projeto visando adoção de benefícios para a carreira dos membros ou de servidores, em virtude da crise financeira do estado e da lei de responsabilidade fiscal.
fabio 10/09/2019
deixa ele viver com um salario minimo igual eu , senhor promotor.
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