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Nacional Segunda-feira, 04 de Março de 2013, 08:24 - A | A

Segunda-feira, 04 de Março de 2013, 08h:24 - A | A

Polícia deve concluir inquérito sobre mortes em UTI do PR nesta segunda

A médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe da unidade de terapia intensiva, está presa em caráter preventivo (sem prazo para ser libertada) na Penitenciária Feminina de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Folha de S.Paulo

 

A Polícia Civil do Paraná deve encerrar nesta segunda-feira (4) o inquérito que apura se médicos provocaram a morte de pacientes na UTI geral do Hospital Universitário Evangélico, um dos principais de Curitiba.

A médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe da unidade de terapia intensiva, está presa em caráter preventivo (sem prazo para ser libertada) na Penitenciária Feminina de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Três colegas anestesistas e uma enfermeira também estão presos temporiariamente (por 30 dias) sob suspeita de participar de supostos crimes. Ao menos dois deles tiveram pedidos de liberdade negados pela Justiça. Todos os cinco negam as acusações.

Virgínia, presa há quase duas semanas, já foi indiciada sob suspeita de homicídio qualificado.

A polícia suspeita que ela ordenava o desligamento de aparelhos da terapia intensiva e a aplicação indevida de medicamentos em pacientes terminais, supostamente para liberar leitos.

A apuração, iniciada há um ano, partiu de denúncias de funcionários e ex-funcionários do hospital à ouvidoria do governo do Paraná.

Anteontem, o "Jornal Nacional" divulgou gravações de áudio atribuídas à médica e feitas em janeiro pela polícia em um telefone da UTI.

"Pelo amor de Deus, tem alguns doentes que estão mortos. Então, vai desligando as coisas que não tem sentido", diz ela a uma funcionária. Mais adiante, fala: "Eles estão muito ruins, a gente não tem o que fazer." Vigínia ainda cita o nome do próximo paciente a ser "desligado".

OUTRO LADO: O advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, afirma que as declarações da médica estão sendo divulgadas sem levar em conta o contexto em que foram feitas e as circunstâncias do trabalho em terapia intensiva.

"Todos os atos dela foram atos médicos, que não podem ser questionados nem avaliados por pessoas que não sejam médicas. E nenhum dos denunciantes ou testemunhas tem condições de censurar ou avaliar o ato médico", afirmou Assad.

O advogado tenta na Justiça a libertação da chefe de UTI. Para ele, os outros médicos detidos seriam testemunhas favoráveis a Virgínia e foram presos para que "perdessem a credibilidade".

 

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