Ao saber do caso de exploração de mão de obra em condição análoga à escravidão no Sítio Angelim, em São Fidélis, no Norte Fluminense, e da morte de dois trabalhadores — Eleandro da Conceição Santos, em 2001, e Adenir Silva da Costa, em 2009 — o Ministério Público Federal afirmou que uma das possibilidades para investigar as mortes é uma busca pelos corpos na fazenda, de propriedade de Paulo Cesar Girão. Ele está preso preventivamente desde o dia 26 de abril, quando um dos trabalhadores denunciou o caso à polícia.
Ailton da Costa não tem nenhum documento do óbito de Adenir, seu irmão e ex-canavieiro.
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Girão nega todas as acusações e qualquer vínculo empregatício com os canavieiros.
Em entrevista ao EXTRA, Roberto Oliveira, de 36 anos, que conseguiu fugir, contou que Eleandro e Adenir teriam morrido no período em que tinham sua mão de obra explorada pela família Girão.
— Se vier para o Ministério Público Federal, podemos solicitar um mandado de busca e apreensão, examinar se houve ocultação de cadáver ou se há algum outro fato de natureza ilícita criminal que pode estar relacionado — explicou a subprocuradora geral da República, Raquel Dodge.
Roberto: canavial era local de trabalho de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, serviam à família no Sítio Angelim.
Advogado da família Girão, Carlos Eduardo Mota Ferraz não comentou as mortes, alegando não ter sido informado oficialmente.