Depois de enfrentar ovos, pedradas e bloqueio de estradas, a caravana do ex-presidente Lula pela Região Sul foi alvejada por tiros nessa terça-feira (28.03). Dois dos três ônibus usados pelos apoiadores do petista foram atingidos na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná. O ônibus em que estava o ex-presidente Lula, no entanto, não foi atingido e ninguém ficou ferido.
Um dos veículos, no qual viajavam jornalistas de blogs e sites independentes, além de repórteres estrangeiros, levou dois tiros na lataria e um no vidro. O veículo também foi atingido por 'miguelitos' - objetos pontiagudos usados para furar pneus. O atentado foi noticiado em sites de jornais no exterior. O outro ônibus, atingido por um tiro, levava convidados da caravana.
O perfil 'Lula pelo Brasil' no Twitter publicou uma série de postagens sobre o atentado, além de fotos dos ônibus alvejados. "Se querem me derrotar, é simples: me enfrentem nas urnas e ganhem de mim. Eu vou aceitar como sempre fiz. Eles é que não aceitam, porque não sabem governar para o povo", disse um dos posts. Em outro, o ex-presidente disse que o Paraná foi o único estado em que a caravana não contou com escolta policial.A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, classificou o episódio como uma emboscada. Ela cobrou um posicionamento das autoridades federais e estaduais. "Vamos deixar a política se transformar nisso? Vai virar bang-bang partidário?", disse. "Isso não é disputa política. É atentado, é ódio".
O coordenador da caravana, Márcio Macedo, atribuiu o atentado a apoiadores do deputado Jair Bolsonaro, caracterizando os grupos como milícias armadas.
Homens armados já haviam sido flagrados em outras manifestações violentas durante a passagem do petista. O ato de encerramento da caravana, programado para hoje, está mantido. O ex-presidente também publicou duas fotos com os ônibus alvejados. "Se eles acham que fazendo isso vão nos assustar, estão enganados. Vai nos motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo esses grupos fascistas possam fazer o quiser", escreveu Lula.
"Esperamos que quem está no governo estadual e federal, seja golpista ou não, assuma a responsabilidade. Atacaram o ônibus que estava a imprensa", disse também. "Se querem brigar, briguem comigo nas urnas. Mas vamos respeitar a democracia, a convivência na diversidade", afirmou. "O que eu estou vendo agora é quase o surgimento do nazismo. O que estamos vendo agora não é política, porque se quisessem derrotar o PT, iriam para as urnas."