Um dos suspeitos que participou da tentativa de assalto ao caixa eletrônico da agência da Previdência Social (INSS) na noite de terça-feira (16.01), em Belém, recebeu um último gesto de misericórdia antes de morrer. O homem foi baleado durante troca de tiros com a polícia, após a ação criminosa foi flagrada.
Ele foi atendido, mas não resistiu aos ferimentos. Minutos antes de morrer, ele conversou com um pastor de igreja evangélica. "Eu estava indo para a igreja quando me falaram o que estava acontecendo. Quando cheguei tinha muita gente, mas alguém me chamou e disse que um deles queria falar comigo", relata o pastor Zildomar Campelo, que coordena há 15 anos uma unidade da Assembleia de Deus na região.
O jovem estava deitado no chão, ensanguentado, quando Zildomar começou a conversa, que durou cerca de 20 minutos. "Ele ainda estava muito lúcido, disse que queria conversar. Me disse que queria pedir perdão para a mãe dele. Que queria pedir perdão para Deus. Falou que já tinha ido à nossa igreja com a mãe dele. Naquele momento, fiz uma oração, e ele quis se reconciliar com Deus, uma expressão que a gente usa quando alguém se arrepende", conta.
O pastor diz que ajudar o próximo é a missão de todo cristão. "Todo cristão tem como objetivo principal morar com Deus no céu. É bíblico. A polícia fez o que tinha que fazer, mas é o nosso papel, como cristão, ajudar os outros nas aflições. Tem gente que não entende, mas temos que amar ao próximo. Diante de Deus, tanto um policial quanto um criminoso são pessoas que devemos amar. Por isso não me intimidei de ir lá", diz.
O pastor ainda cita um versículo bíblico da primeira epístola de Pedro. "O apóstolo já dizia: 'Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados'. E é isso que precisamos fazer, amar o outro."