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Nacional Quinta-feira, 03 de Julho de 2014, 08:40 - A | A

Quinta-feira, 03 de Julho de 2014, 08h:40 - A | A

Jogos da Copa registram 197 detidos por tumultos e crimes nos estádios

Chilenos, argentinos e alemães são maioria, aponta levantamento

G1.com

Levantamento realizado pelo G1 aponta que, pelo menos, 197 pessoas foram detidas nos estádios nos 56 jogos realizados na primeira fase e nas oitavas de final da Copa do Mundo no Brasil.

Os casos mais comuns foram por invasão, tumulto e briga. A maioria não chegou a ficar presa: foi liberada após uma audiência de conciliação feita no juizado criminal dentro do estádio, na qual o juiz propõe um acordo para a extinção do caso em troca do pagamento de multa ou cestas básicas.

Entre os que chegaram a ser detidos, estão 108 chilenos, 24 argentinos, oito alemães, três colombianos e três argelinos. A França teve dois torcedores presos, mesmo total de México, Holanda e Nigéria. Além disso, outros 11 países (Bolívia, Uruguai, Paraguai, Equador, EUA, Portugal, Austrália, Japão, Croácia, Inglaterra e Polônia) tiveram um torcedor detido. Os demais são brasileiros ou não tiveram a nacionalidade divulgada.

O número foi computado com base em informações dos Tribunais de Justiça estaduais, que possuem juizados especiais criminais (destinados a atuar em problemas envolvendo torcedores) nas arenas das 12 cidades-sedes.

Os chilenos protagonizaram o principal incidente, no dia 18 de junho, no Maracanã, no Rio, antes do jogo contra a Espanha. Nesse dia, 85 foram detidos e liberados na sequência, mas receberam a ordem da Polícia Federal para que deixassem o país em 72 horas. Caso descumprissem a ordem, teriam que pagar multa diária de R$ 8,27.

Para o juiz titular do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio de Janeiro, Marcello Rubioli, que atuou no caso dos chilenos que invadiram o Maracanã, a "Copa mostrou que os juizados nos estádios são importantes e fazem a diferença".

"Como atitude repressiva, o Judiciário está cumprindo o seu papel e tomando decisões importantes para manter fora das arenas torcedores problemáticos”, diz Rubioli, acrescentando, porém, que é preciso evoluir.

“Vejo necessidade agora de termos atitudes proativas, como supervisionar as atividades de segurança e coibir a violência sectária, homofobias e algumas rixas nacionalistas que são mais típicas do Cone Sul e que a Fifa não estava acostumada a lidar”, entende ele.

Além dos incidentes mais comuns, também foram registrados casos de vandalismo. Um português foi detido por quebrar vidros da arena Fonte Nova e teve que pagar o prejuízo. No Ceará, por sua vez, dois alemães e um australiano foram autuados por dano ao bem público após quebrarem cadeiras da Arena Castelão. Um dos casos ocorreu na comemoração de um pênalti e outro, devido à irritação, alegaram os torcedores. Eles tiveram que pagar multas que variam de R$ 1.448 a R$ 2.172 e prestar serviços comunitários.

Três argentinas foram flagradas com maconha no Maracanã e outro argentino, no Mineirão. Eles foram liberados após registrado um termo circunstanciado.

Outro caso que chamou atenção ocorreu no Maracanã. Um francês foi levado para o juizado pelos stewards (vigilantes privados contratados pela Fifa) durante a partida de sua seleção contra o Equador, no dia 25 de junho, após jogar os sapatos no campo. Na mesma partida, um uruguaio invadiu o estádio sem ingresso. Já no Paraná, no dia seguinte, argelinos foram detidos com sinalizadores, artefatos proibidos pela Fifa.

Agentes da Fifa presos por desacato

Houve ainda casos de discussões, agressões, venda de ingressos e de outros gêneros dentro das arenas. Dois nigerianos foram presos no Beira-Rio tentando comercializar produtos durante o jogo Argentina x Nigéria, no dia 25 de junho.

No mesmo dia, um torcedor argentino tentou pular a catraca e fugir dos policiais. Os argentinos atuaram ainda em outras invasões: dois foram detidos pulando grades do Mineirão (em Belo Horizonte), e outros 11, após duas tentativas de invasões no Maracanã, durante o jogo contra a Bósnia, no dia 15 de junho.

O jogo da Alemanha no Rio Grande do Sul registrou algo diferente: a prisão por desacatado de dois seguranças contratados pela Fifa que teriam se irritado com um delegado da Polícia Civil. Torcedores que se incomodaram com policiais e reagiram também foram detidos por desacato durante disputas na Arena Castelão (CE), Mané Garrincha (DF), Maracanã (RJ), Arena Corinthians (SP) e Beira-Rio (RS).

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