O incêndio que atingiu a Favela Sônia Ribeiro, conhecida como favela do Piolho, na tarde de hoje (03), em São Paulo, deixou três pessoas feridas, segundo o Corpo de Bombeiros. Localizada entre as ruas Cristóvão Pereira e Xavier Gouveia, perto da Avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital paulista, a favela ocupa uma área de 12 mil metros quadrados, dos quais 4,5 mil metros quadrados foram atingidos pelas chamas.
De acordo com o subprefeito de Santo Amaro, Roberto Costa, das 595 famílias que moram na comunidade, 285 foram atingidas, o que pode resultar, pelos cálculos da Defesa Civil e da subprefeitura, em cerca de 1.140 pessoas desabrigadas. As famílias serão cadastradas por equipes da Assistência Social para receber ajuda.
“No início do incêndio [que começou por volta das 14h44], tivemos um garoto de 15 anos, que teve queimaduras de primeiro e de segundo graus na face e nas mãos. Temos também informações de uma pessoa grávida, que foi socorrida pelo policiamento. Na fase de rescaldo, tivemos uma pessoa que caiu de um barraco e fraturou uma das pernas”, relatou o coronel do Corpo de Bombeiros José Luis Borges.
De acordo com o coronel, a maior dificuldade para combater o incêndio foi o acesso, já que o fogo teve início provavelmente em um lixão, localizado no centro da favela. “[As dificuldades foram] Principalmente de acesso, o tempo bastante seco e o vento, que estava bastante forte”, disse. Segundo ele, o incêndio foi totalmente controlado e os bombeiros trabalhavam agora no rescaldo.
Sobre a grande quantidade recente de incêndios que estão ocorrendo na capital paulista, José Luis Borges disse acreditar que o grande provocador sejam as condições meteorológicas, “com o tempo bastante seco e ventos fortes”.
Moradora do favela do Piolho desde que nasceu, Alessandra Lopes, 18 anos, contou que sua casa não chegou a ser atingida pelo incêndio. “Eu estava trabalhando e cheguei às 14h, e o fogo ainda estava pouco. Não deu tempo do povo pegar quase nada. Muita gente perdeu tudo lá em cima”, disse à Agência Brasil.
A moradora Fabiana Armando estava em sua casa quando o incêndio começou. “Eu estava cuidando da minha casa e, da minha janela, dá para ver de tudo. Escutei o barulho do pessoal gritando e vi que o fogo estava vindo. Corri para ajudar os meus parentes”, relatou Fabiana, que, no momento do incêndio, estava com o filho. Seu barraco não foi atingido.
Já a moradora Elen Fabricio da Costa perdeu tudo no incêndio. “Fomos os primeiros barracos a pegar fogo. Eu tinha descido para visitar a minha tia e, dez minutos depois, ouvi que estava pegando fogo. Subi para a minha casa e ela estava toda arrasada”.
“Perdi tudo. Não sobrou nada. Só estou com a roupa do corpo, minha filha e meu marido. Agora vou ter de procurar serviço e tirar meus documentos e ir atrás dos documentos da minha filha”, completou.
O coronel da Defesa Civil Jair Paca de Lima disse que a origem provável do incêndio foi um lixão, localizado no centro da favela. “Segundo alguns moradores, a origem foi um lixão existente na favela. Alguém pode ter colocado fogo e houve propagação. Estamos vivendo um momento de baixa umidade do ar e aqui, neste local, também tem fortes ventos. Isso deve ter se propagado rapidamente”, estimou.
Em 2012, 32 incêndios foram registrados pelos Bombeiros. No ano passado, ocorreram 79 incêndios.