O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, anunciou nesta terça-feira que 90 por cento dos servidores da ativa, dos quais a maioria estava em greve, aceitaram a proposta do governo de reajuste salarial de 15,8 por cento parcelado em três anos.
Desses 90 por cento, o Ministério do Planejamento informou que 44 por cento já assinaram o acordo. Os outros 46 por cento sinalizaram a aceitação da proposta, mas ainda devem assinar o documento, o que deve acontecer até a manhã de quarta-feira. Os servidores que estavam em greve devem retornar ao trabalho na próxima segunda-feira.
"A imensa maioria, 90 por cento, dos servidores sinalizou que aceita o acordo", afirmou Mendonça a jornalistas.
Entre as categorias que aceitaram a proposta estão funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Tesouro Nacional, da Controladoria Geral da União e dos ministérios de Saúde, Previdência, Trabalho, Cultura, Agricultura, Justiça, Transportes, além dos órgãos de Arquivo Nacional, Imprensa Nacional, Embratur e fiscais agropecuários.
Parte desses funcionários públicos, representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), já havia decidido aceitar a oferta do governo mais cedo nesta terça-feira.
"Consideramos o acordo uma vitória. No começo das negociações o que a gente tinha era zero e agora conseguimos os 15,8 por cento. Precisamos aceitar este acordo para garantir também outras questões como a gratificação por desempenho", disse o coordenador-geral da Condsef, Josemilton Costa, à Reuters por telefone. A confederação informou que 18 categorias aceitaram a proposta.
O movimento por reajuste salarial dos servidores públicos federais começou em maio, quando os professores federais cruzaram os braços, e desde então o movimento ganhou força e prejudicou diversos serviços, como a divulgação dos dados de emprego apurado pelo IBGE.
Agentes da Polícia Federal e funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Banco Central e os auditores da Receita Federal devem rejeitar a proposta do governo, enquanto os servidores de agências reguladoras ainda não tomaram uma decisão.
"Até o final da noite vamos assinar mais acordos", afirmou uma fonte envolvida nas negociações que pediu anonimato. A fonte acrescentou que apesar da sinalização de rejeição dos funcionários do BC, ela espera que a posição seja revertida e o acordo seja assinado até a manhã de quarta-feira.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o governo não irá alterar a proposta.
"Isso está definido (percentual de reajuste), e depende agora só da resposta dos servidores", disse a ministra a jornalistas nesta terça-feira.
O reajuste dos servidores deve ser incluído na proposta de Orçamento para 2013, que tem que ser enviada ao Congresso Nacional até o fim da semana.