Givaldo Barbosa / Gilvado Barbosa
Salas inteiras lotadas de documentos em papel: gasto de R$ 466 milhões
Em meio a um ajuste fiscal que ameaça paralisar a máquina pública, o governo gasta milhões por ano só para armazenar documentos em papel. Um levantamento feito pelo Ministério do Planejamento com 13 ministérios mostra que o gasto para manter salas inteiras e até galpões alugados para armazenar papéis é de R$ 466 milhões anuais. A quantidade é tão grande que o edifício sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Brasília, por exemplo, teve que passar por uma reforma estrutural de R$ 3,5 milhões para aguentar o peso dos documentos.
O destaque é para o Ministério da Previdência, que tem um gasto estimado de R$ 242,9 milhões. O levantamento mostra que são mais de 1,3 milhão de metros lineares nesses 13 órgãos, que têm que ser adaptados com armários especiais e climatizadores para comportar esses volumes. Só em aluguéis de imóveis para esse fim, o Executivo dispende cerca de R$ 320 milhões todo ano. Com a quantidade crescente de papéis, o Tribunal de Contas da União (TCU) já recomendou ao governo que construa galpões para o armazenamento, o que implicaria em um custo milionário. No Rio, o governo federal resiste em construir um galpão para guardar documentos de órgãos extintos, com previsão de custo de R$ 15 milhões.
O Judiciário já tem um programa de digitalização consolidado. No Executivo, no entanto, pela lei, não é permitido eliminar documentos físicos, mesmo após digitalizá-los.