Desde que assumiu o comando da Petrobras, a executiva Graça Foster tem feito uma romaria aos gabinetes do poder em Brasília em busca de uma solução confortável para os cofres da companhia e dolorosa para os brasileiros: um aumento dos combustíveis. De acordo com a manchete do jornal gaúcho Zero Hora desta terça-feira, ela finalmente conseguiu o que pretende e a gasolina irá subir 10% logo depois do segundo turno.
A decisão, cogitada há vários meses, vinha sendo adiada em função não apenas do calendário eleitoral, mas também da inflação, que vem rodando ligeiramente acima da meta inflacionária de 4,5%. Há pouco mais de um mês, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, chegou a confirmar o reajuste, mas foi desmentido por Guido Mantega, da Fazenda.
Graça, no entanto, tem feito pressão intensa. Dias atrás, por meio da imprensa, a Petrobras avisou que projetos bilionários de investimento terão que ser suspensos ou adiados caso a estatal não obtenha um reajuste. Esse cenário sombrio foi apresentado por ela ao ministro Mantega na última reunião do Conselho de Administração da Companhia. Em quatro anos, a Petrobras prevê investir US$ 236,5 bilhões, em novas refinarias e plataformas.
Nos primeiros meses à frente da Petrobras, Graça Foster também fez uma desconstrução da gestão de José Sergio Gabrielli, mas os resultados que ela própria apresentou não foram animadores e a estatal continuou com seu valor de mercado estagnado. Em Brasília, como balão de ensaio, começou a circular a ideia de que ela poderá vir a ser substituída pelo atual presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, que já foi presidente da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da estatal.