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Nacional Quinta-feira, 03 de Novembro de 2016, 10:11 - A | A

Quinta-feira, 03 de Novembro de 2016, 10h:11 - A | A

Denúncia

Farra das passagens: MPF denuncia 10 ex-deputados de MT

Redação VG Notícias com Congresso em Foco

O Ministério Público federal (MPF), por meio da Procuradoria da República na 1ª Região, denunciou 443 ex-deputados na última sexta-feira (28.10), por uso indevido de dinheiro público. Dos 443 denunciados, 10 são de Mato Grosso, são eles: Teté Bezerra (PMDB), Carlos Abicalil (PT), Celcita Pinheiro (DEM), Eduardo Moura (PPS), Eliene Lima (PSD), Neri Geller (PMDB), Ricarte de Freitas (PTB), Pedro Henry (PP), Saturnino Masson (PSDB) e Thelma de Oliveira (PSDB).

De acordo com reportagem do portal “Congresso em Foco”, o crime atribuído aos denunciados é de peculato, cuja pena varia de dois a 12 anos de prisão em caso de condenação. O caso ficou conhecido, em 2009, como a farra das passagens.

Segundo a reportagem, as acusações contra os ex-parlamentares estão distribuídas em 52 denúncias assinadas pelo procurador Elton Ghersel. Caberá ao relator, desembargador Olindo Menezes, preparar um voto recebendo ou rejeitando o pedido do Ministério Público. O voto dele será levado para julgamento na 2ª Seção do TRF 1. Caso a denúncia seja aceita, os ex-deputados viram réus e passam a responder a ações penais. Nessa etapa, eles serão chamados a dar explicações e se defender das acusações. Só, então, os políticos poderão ser julgados.

Turismo com dinheiro público - O Ministério Público identificou que as passagens aéreas foram utilizadas pelos ex-parlamentares denunciados para fins distintos do que estabelecia o ato normativo que criou o benefício: basicamente, para que os congressistas se deslocassem entre suas bases eleitorais e Brasília.

A farra das passagens foi publicada em série de reportagens pelo Congresso em Foco, que revelou que centenas de deputados e senadores viajavam pelo Brasil e pelo exterior com dinheiro público, muitas vezes para passear, ou cediam suas cotas de bilhetes aéreos para terceiros, como parentes, amigos e cabos eleitorais. Após a repercussão negativa do episódio, a Câmara reviu as regras para tornar mais explícita a determinação de que a verba só poderia ser usada para exercício da atividade parlamentar.

Como revelou este site, só na Câmara mais de 250 deputados viajaram para fora do país com recursos públicos. Paralelamente, foram abertas investigações para apurar um esquema de comércio ilegal de créditos aéreos envolvendo assessores e parlamentares.

Para fazer as denúncias, a Procuradoria recebeu apoio da Polícia Federal. Foram examinados 160 mil bilhetes aéreos pagos pela Câmara aos deputados entre 2007 e 2009 às companhias Gol e TAM. Os gastos com esses bilhetes chegaram a R$ 70 milhões em valores da época. Só com viagens internacionais, foram 1.588 trechos, que saíram ao custo de R$ 3,1 milhões. Outros R$ 64 milhões bancaram 112 mil voos nacionais. A principal dificuldade dos investigadores, além do número elevado de passagens a examinar, foi saber quais trajetos estavam relacionadas ao exercício da atividade parlamentar e quais tinham propósitos particulares.

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