Morreu neste domingo (12.04), de causas ainda não reveladas, o ex-senador Paulo Brossard, um dos homens que mais atuaram no Legislativo no combate ao regime militar de 1964 e em favor da redemocatrização do país. Natural de Bagé (RS), jurista, professor, personagem significativa nos fatos que marcaram a história recente do país, Brossard integrou o antigo MDB e a frente em que se uniram vários parlamentares, em 1984, para levar Tancredo Neves ao poder e restaurar a normalidade democrática.
Brossard foi deputado estadual, federal, senador pelo PMDB, ministro da Justiça no governo de José Sarney e integrou o Supremo Tribunal Federal, onde se aposentou aos 70 anos. Era casado com Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto, com quem teve dois filhos. Descendente de pecuaristas gaúchos, ingressou na política em 1945, no Partido Libertador. Seu primeiro mandato para o Senado foi obtido em 1974, onde tornou-se líder do MDB e um dos mais valentes combatentes do regime militar.
Em 1977, quando o general Ernesto Geisel, então presidente da República, editou um conjunto de leis conhecido como "Pacote de Abril", fechando temporariamente o Congresso, na reabertura do Parlamento, Brossard passou a chamar o general de "Jurista do Riacho Fundo". Era uma referência à granja do Riacho Fundo, residência oficial onde o governante reunia-se com seus auxiliares para outorgar essas leis