O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou nesta terça-feira (18) que o número de casos de dengue no primeiro bimestre deste ano caiu 80% em comparação com o mesmo período de 2013. Entre janeiro e fevereiro, foram registradas 87 mil notificações, contra 427 mil nos mesmos dois meses de 2013.
O Ministério da Saúde destacou que o fato de os níveis de chuva registrados no país no primeiro bimestre deste ano terem sido menores do que os anotados no mesmo período do ano passado pode ser “um dos fatores” que contribuíram para a redução dos índices de casos de dengue. Os outros, segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, são as ações de prevenção por parte da população e políticas públicas de controle da doença.
O governo federal afirmou que as cinco unidades da federação com os maiores índices de casos de dengue no primeiro bimestre de 2014 são, na ordem, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo.
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo ministério, nos dois primeiros meses do ano houve redução de 95% no número de óbitos provocados pela doença e diminuição de 84% nos casos graves. Todas as regiões do país reduziram os registros de dengue no primeiro bimestre deste ano, ressaltou a pasta.
Regiões
O levantamento federal apontou que a Região Sudeste obteve a maior redução no número de casos, ao passar de 232,5 mil notificações, em 2013, para 36,9 mil, em 2014. Na segunda posição do ranking aparece o Centro-Oeste, que passou de 122,8 mil registros, no ano passado, para 28,2 mil, neste ano.
O Nordeste aparece no terceiro lugar. Na região, foram anotados 29,6 mil casos, em 2013, e 7,9 mil, neste ano. A Região Norte, segundo o ministério, reduziu de 22,3 mil casos, no ano passado, para 6,9 mil, em 2014. Já a Região Sul, que, em 2013, havia registrado 20,3 mil casos, registrou no primeiro bimestre deste ano 6,9 mil notificações.
O ministro, Arthur Chioro, afirmou que, mesmo diante dos resultados apresentados nesta terça-feira, o governo “não pode relaxar”. Na avaliação do ministro, os números possibilitam ao governo federal, estados e municípios “intervir” nos chamados “campos determinantes”, como a prevenção.
Segundo ele, saber que estratégias de combate e prevenção podem ser aliadas a condições climáticas permite ao governo federal “conseguir” melhores resultados.
“Os resultados são muito positivos, mas isso não nos permite comemoração (...) Ainda estamos no meio de um ciclo, e os números mostram que podemos e devemos avançar na prevenção da dengue, olhando em particular para as regiões onde devemos ter maior intervenção”, disse o titular da Saúde.
Questionado sobre se o ministério estava em estado de "alerta" com relação aos municípios que, atualmente, estão em situação de risco, Arthur Chioro tentou tranquilizar os moradores dessas localidades. Segundo ele, mesmo quando se identifica a existência de mosquitos transmissores da dengue, não significa que haja casos da doença.
“É extremamente importante identificar a realidade de cada municípios e desencadear ações de prevenção. O fato de ter a presença da larva ou do mosquito não significa ter dengue. Vai depender do estado de imunidade da população, da localidade. Nós queremos trabalhar sobre determinantes. Identificar o maior número de cidades em risco e com índice insatisfatório serve como instrumento de intervenção”, ponderou.
Municípios
O Ministério da Saúde também divulgou dados do Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRAa), que mede a incidência dos casos de dengue nos municípios brasileiros.
Segundo o LIRAa, o município de Goiânia (GO) registrou o maior número de casos de contaminação pela doença no primeiro bimestre deste ano, com 6.089 notificações.
No total, foram analisados, segundo a pasta, 1.459 municípios. De acordo com o governo, o levantamento apontou que 321 cidades brasileiras estão em situação de risco, 725 em situação de alerta e 413 em situação considerada satisfatória.
O percentual de municípios identificados em situação de risco foi de 22% em 2014. No mesmo período de 2013, o índice era de 27%.
Conforme o ministério, dez estados concentram 86% dos casos registrados em 2014.
As cidades com o maior número de notificações, depois de Goiânia, são Luziânia (GO), com 2.888 no primeiro bimestre deste ano; Aparecida de Goiânia (GO), com 1.838 casos; Campinas (SP), 1.739 registros; e Americana (SP), com 1.692.