O cantor Ricardo Chaves foi assaltado na noite de terça-feira (30.07), na região do Caminho das Árvores, bairro nobre de Salvador. Segundo o músico, ele levava o filho de 16 anos para um curso, quando foi abordado por volta das 18h30 em um congestionamento atrás do Hiper Bompreço.
“Estava tudo engarrafado, uma moto veio com um cara no carona e passou na frente do meu carro, imaginei que ia passar pra seguir, mas esse cara parou, olhou para trás, achei que tivesse dado sinal pra uma pessoa, então chegou outra moto, pelo lado do carona. Um homem botou a mão na cintura e puxou uma arma. Eu disse: ‘Meu filho, é assalto, calma’, relata o artista.
Os assaltantes levaram os aparelhos celulares e os relógios de Ricardo Chaves e do filho. O músico diz ainda que o trio abordou outros veículos parados no congestionamento, logo à frente de seu carro. “Uma viatura da polícia passou logo depois pelo local, baixei o vidro do carro e falei que estava sendo assaltado. Os policiais já sabiam o perfil do trio, deviam estar fazendo buscas”, afirma.
Apesar do susto, Ricardo Chaves diz que ele e o filho estão bem. “Ele [filho] reagiu de forma extremamente madura, ficou calmo, tranquilo. De certo modo me sinto feliz por não ter acontecido nada, mas todo mundo conhece alguém que já viveu essa situação, estamos banalizando isso, está ficando normal. A sociedade tem que agir, hoje vou para a delegacia dar queixa, porque tem que entrar na estatística oficial. Não é deixar pra lá, temos que exercer nossa cidadania e cobrar”, observa.
O músico desabafou sobre a experiência na rede social Facebook. “Tive de ver impotente, uma arma apontada para a cabeça do meu filho, e assistir três ‘cidadãos’ em duas motos, levarem os nossos telefones e relógios. Passado o susto, os primeiros sentimentos são alívio e gratidão por estarmos vivos e bem. Mas é impossível não se revoltar por saber que esses três ‘cidadãos’, apesar de terem cometido um crime, gozam de direitos que muitas vezes eu não tenho”, diz a postagem.
Ainda na internet, o artista “convoca” a população a se manifestar contra os crimes e cita a visita do Papa ao Brasil. “Pouco dias depois de termos sido brindados com o sorriso, as palavras e as idéias (sic) de uma pessoa tão especial como o Papa Francisco, fico com um dos vários conselhos dados por ele: ‘Tenham coragem de ser felizes. Eu peço que sejam revolucionários, que vão contra a corrente’. Acho que já passou da hora da sociedade rever alguns pontos das nossas leis. Vamos lembrar que em 2014, além da Copa, teremos eleições!’”, escreve.