O deputado federal Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul, será indicado pelo PSB como vice na chapa presidencial de Marina Silva, caso ela aceite assumir a vaga deixada por Eduardo Campos e cumprir os acordos políticos feitos pelo ex-governador.
A escolha está acertada entre os principais líderes do PSB e será formalizada nesta quarta-feira (20.08) em reunião da Executiva Nacional do partido que deverá chancelar a candidatura de Marina. Albuquerque só não será nomeado na hipótese se Renata Campos, a viúva do ex-governador, decidir compor a chapa, um cenário considerado improvável.
Advogado de 51 anos, Albuquerque é vice-presidente do PSB e acumula quatro mandatos seguidos como deputado. Este ano, tentava eleger-se senador. Foi escolhido para vice de Marina por ser antigo no PSB – filiou-se nos anos 80 – e por concordar, sem fazer restrições, com as posições de Campos. Ele condena o espaço conquistado no governo federal por figuras como os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), do PMDB; critica a falta de diálogo de Dilma Rousseff com aliados – o PSB era da base de apoio da petista até o início de 2014; e reprova certos resultados econômicos da presidenta, como o baixo crescimento do PIB e a inflação perto do teto da meta.
A exemplo de Campos, Albuquerque também tornou-se mais conhecido nacionalmente durante a gestão Lula. Foi um dos vice-líderes do governo do petista na Câmara no primeiro mandato do ex-presidente.
Na crise do “mensalão”, em 2005, estava na linha de frente da defesa de Lula, ao lado de Campos. Também participava de reuniões do Conselho Político, grupo a juntar periodicamente líderes aliados de Lula para discutir decisões do governo. O Conselho foi abandonado por Dilma, uma das razões para Albuquerque queixar-se de perda de influência do PSB no atual governo.
O deputado também foi colaborador do PT no Rio Grande do Sul. De 2011 a 2013, esteve afastado da Câmara para ser secretário de Infra-Estrutura e Logística do governador gaúcho, o petista Tarso Genro. Entregou o cargo e reassumiu o mandato de deputado quando Campos começou a construir a candidatura presidencial do PSB. Albuquerque também foi secretário dos Transportes do petista Olívio Dutra, que comandou o Rio Grande do Sul de 1999 a 2003. Os dois são hoje rivais na briga por uma vaga no Senado. Uma recente pesquisa Ibope mostrava Olívio na segunda posição, com 27%, e Albuquerque, na terceira, com 10%. O líder é o jornalista Lasier Martins, do PDT, com 30%.