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Nacional Quarta-feira, 14 de Maio de 2014, 11:25 - A | A

Quarta-feira, 14 de Maio de 2014, 11h:25 - A | A

Abastecidas com chuva, cisternas levam água a 2,8 milhões de pessoas no semiárido nordestino.

Uma tecnologia criada há, pelo menos, 50 anos está sendo usada para resolver o problema da seca de famílias do semiárido brasileiro

R7.com

Uma tecnologia criada há, pelo menos, 50 anos está sendo usada para resolver o problema da seca de famílias do semiárido brasileiro. Em uma região onde chove só três meses e a escassez de água impera no resto do ano, a solução é armazenar a água que cai do céu.

Há meia década, os agricultores já tinham esse conhecimento e, desde então, eles improvisavam cisternas para guardar água da chuva. Hoje, já são cerca de 2,8 milhões o número de pessoas que deixaram de viver o drama da falta d'água com a ajuda desses reservatórios.

Durante essa semana, o R7 traz uma série de reportagens sobre a escassez de água no Nordeste e as alternativas que a região encontra para enfrentar o drama da estiagem.

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O governo federal estudou o modelo, apostou na ideia, transformou o método em política pública e, em parceria com entidades como a FBB (Fundação Banco do Brasil) e a ASA (Articulação do Semiárido Brasileiro), deverá construir 750 mil cisternas durante os quatro anos do governo Dilma.

O investimento total será de cerca de R$ 2 bilhões para levar água para aproximadamente 3,7 milhões de pessoas que vivem nos nove Estados do semiárido brasileiro. Os beneficiários representam 17% dos 22 milhões de pessoas que moram na região.

Água no quintal

Atualmente, 566 mil famílias do semiárido — ou cerca de 2,8 milhões de pessoas — já receberam a cisterna que tem capacidade para 16 mil litros de água. A tecnologia é composta de um sistema de captação de água instalada no telhado, que leva a água da chuva direto para a cisterna, construída ao lado da residência.

A água acumulada pode ser usada para beber, cozinhar e tomar banho, além de outras atividades domésticas. De acordo com o presidente da FBB, Caetano Minchillo, em uma família com cinco pessoas, a água é suficiente para todo o período da seca.

— Ao contrário dos que as pessoas pensam, tem água no semiárido, chove, no semiárido. Mas tem água por três meses e sofre oito, nove meses de seca. A água captada durante a chuva é suficiente para abastecer a família durante esse período. Não temos notícias de nenhuma cisterna seca, mesmo nos Estados onde a seca é mais prolongada.

As próprias famílias ajudam no processo de construção das cisternas, que são pré-moldadas. Em uma semana é possível concluir o trabalho. Os moradores que recebem a cisterna passam por uma espécie de curso de capacitação, para aprender a tratar a água e manter a cisterna limpa.

De acordo com a coordenadora de Comunicação da Asa, Fernanda Cruz, o projeto trabalha com uma previsão de 800 milímetros de chuva para abastecer a família durante a seca. Mas, se água acabar antes da estiagem, a cisterna pode servir como depósito.

— A cisterna pode ser usada para armazenagem, já que muitas famílias não têm nem local para guardar água. Eventualmente, pode-se usar o carro pipa, se a água acabar antes, mas é preciso cuidar da cisterna.

Maria Lúcia da Silva tem 45 anos e vive na comunidade de Baixio, zona rural de Santo Antonio (RN), há cerca de 140 quilômetros de Natal. A família dela recebeu a cisterna em novembro do ano passado e, pela primeira vez na vida, ela não precisa andar durante duas horas para conseguir água no período de estiagem.

— Não quero nunca mais sofrer de falta de água na minha vida

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