No dia 20 de julho começa a nona edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino na Austrália e Nova Zelândia. No total, serão 64 partidas com as melhores equipes femininas do mundo em campo. Com a proximidade do evento, os debates sobre a visilidade do esporte quando jogado por mulheres, assim como os investimentos nas atletas, começam a crescer.
O Terra NÓS fez um levantamento dos salários das melhores jogadoras do mundo em comparação com seus pares masculinos dos últimos anos, de 2018 até 2023, e embora a disparidade salarial entre eles não seja nem um pouco novidade, a proporção da diferença é assustadora. Como parâmetro, foi ultilizado o "Bola de Ouro", prêmio criado em 1956 pela revista francesa "France Football", que elege o melhor jogador de cada temporada e veio a premiar jogadoras mulheres a partir de 2018.
Cem vezes menos
Em 2022, a espanhola Alexia Putellas, que atua no Barcelona e na Seleção Espanhola Feminina de Futebol, foi eleita a melhor jogadora do mundo, e o francês Karim Benzema, que joga pelo Real Madri, venceu o prêmio como melhor jogador.
Segundo o jornal espanhol especializado em economia e finanças "Expansion", Alexia recebe anualmente 150 mil euros (cerca de 800 mil reais), enquanto Karim fica com 16,6 milhões de euros (cerca de 88,5 milhões de reais), mais de 100 vezes o salário da jogadora.
270 vezes menos
Em 2021, Alexia também ganhou o prêmio ao lado do argentino Leonel Messi que, segundo o jornal francês "Le Parisien" divulgou à época, ganhava 41 milhões de euros (cerca de 290 milhões de reais) no Paris Saint-Germain. Para ficar mais claro: Messi recebeu 273 vezes mais do que a jogadora.
No ano de 2020, em função da pandemia da covid-19, o prêmio não foi entregue.
Já em 2019, a situação era aida mais discrepante e, segundo a revista Forbes, Messi, que estava no Barcelona, ganhou no ano 127 milhões de dólares (cerca de 630 milhões de reais), em função das cotas de patrocínio do seu contrato. Já Megan Rapinoe, eleita a melhor jogadora naquele ano e grande estrela da seleção feminina dos EUA na Copa do Mundo de 2019, recebeu, segundo o Yahoo Finanças, 447 mil dólares (cerca de 2,2 milhões de reais). Ou seja, ela recebeu 284 vezes menos do que seu par masculino.
No mesmo ano, a ONU Mulheres publicou dados que mostravam que o salário apenas de Messi era o dobro da remuneração de todas as mulheres das sete principais ligas feminas de futebol do mundo juntas. Na época, elas eram 1693 jogadoras.
Megan Rapinoe chegou a processar a Federação de Futebol dos EUA junto de outras 28 jogadoras para equiparação salarial da seleção em relação ao time masculino. Elas perderam o processo, mas seguem em campanhas por salário iguais.
Em 2018, quem foi eleito melhor jogador do ano foi o croata Luka Modric, que atua no Real Madrid. Na época, o jogador tinha acabado de renovar seu contrato com o clube e, segundo a "Agence France-Presse", o salário acordado foi de 11 milhões de euros (cerca de 59 milhões de reais) por ano.
Já a primeira mulher eleita e premiada com a Bola de Ouro foi a norueguesa Ada Hegerberg que, segundo a revista "France Football", recebia 400 mil euros (cerca de 2,1 milhões de reais) por ano. Isso significa que ela ganhava 27 vezes menos do que o croata.
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