O atacante do Flamengo, Gabriel Barbosa, Gabigol, foi denunciado nessa quinta-feira (21.12) pela Procuradoria da Justiça Desportiva Antidopagem por supostamente tentar fraudar um exame de controle de doping. O caso ocorreu no dia 08 de abril deste ano, no centro de treinamento do Flamengo.
Gabigol será julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) por infração ao artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que se refere a uma tentativa de fraude ou fraude diante de qualquer processo de controle. Em caso de condenação, o jogador poderá ficar até quatro anos suspenso.
Na denúncia, o atacante é acusado de dificultar a realização do exame, prejudicando o trabalho dos oficiais de diversas maneiras. Segundo os relatos no qual a denúncia se baseou, além de fazê-los esperar, o jogador teria desrespeitado os oficiais e não teria seguido os procedimentos de forma correta.
Conforme os responsáveis pelo exame, Gabigol não se dirigiu a eles antes do treino, e depois da atividade os ignorou e foi almoçar. Depois de 90 minutos pegou o vaso coletor sem avisar a ninguém, e irritou-se ao ver que o oficial estava acompanhando-o ao banheiro para a coleta e ao fim entregou o vaso aberto, contrariando orientação recebida.
A denúncia informa que o camisa 10 se irrita por sempre estar na lista de jogadores que precisam realizar o exame. Após fazer a coleta, ele avisou que aquele seria seu último controle. Na ocasião, com exceção de Gabigol, todos os jogadores fizeram o exame antes do treino das 10h.
O processo conhecido como doping surpresa é realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e costuma ocorrer sem aviso prévio nos centros de treinamentos.
Gabriel Barbosa recebeu a primeira notificação sobre a tentativa de fraude no dia 30 de maio. Na época, Rodrigo Dunshee, vice geral e jurídico do Flamengo, fez a primeira defesa do jogador. A diretoria rubro-negra alega que o oficial de controle de dopagem é o responsável pelo acautelamento do material da coleta.
“Não houve qualquer erro de procedimento do atleta na entrega do frasco após a coleta do material (...) Acaso a entrega do frasco estivesse em desacordo com as normas técnicas e de segurança, caberia ao Oficial de Controle de Dosagem recusar e exigir uma nova coleta, o que não foi feito”, diz parte da defesa de Gabigol.
O responsável por apresentar a denúncia, João Guilherme Guimarães Gonçalves, procurador da Justiça Desportiva Antidopagem, relata no texto apresentado à Procuradoria da JAD as possíveis infrações cometidas pelo atleta. Ele alega que a própria tentativa de esconder a sua genitália no momento da coleta de urina configura uma tentativa de fraudar uma fase do exame.
A denúncia pede que Gabriel Barbosa seja intimado a prestar depoimento pessoal sob pena de confissão. Além disso, Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo, Leandro Martins, enfermeiro do clube, e o capitão Everton Ribeiro serão intimados a prestar depoimento.
Em nota, o Flamengo afirma não ter recebido intimação da denúncia. E que os fatos narrados não passam de um “mal-entendido”.
Leia a nota:
"O Flamengo ainda não foi intimado do oferecimento da denúncia esportiva feita pela Procuradoria e, tão logo seja intimado, atuará na defesa do atleta. Não obstante, pode adiantar que não houve qualquer conduta intencional ou tentativa do ATLETA para afetar ou impossibilitar o controle de dopagem. O Flamengo confia na justiça desportiva e entende que os fatos narrados não configuram uma falta típica, sendo não mais que um mal-entendido."
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