Desta vez, a família Scolari não está dentro do gramado. Mas, sim, do lado de fora. O Palmeiras que busca na quarta-feira, ante o Coritiba, sua segunda Copa do Brasil e o primeiro título nacional desde 2000 está cheio de remanescentes da primeira passagem do técnico pelo clube.
Só que eles já não são mais jogadores profissionais. Abandonaram as chuteiras, ganharam novas profissões e retornaram ao lugar onde viveram suas melhores fases. O ex-volante César Sampaio se transformou em gerente de futebol. É, na prática, quem comanda o mercado de transferências do time.
Galeano, também cabeça de área na passagem anterior de Luiz Felipe Scolari, é coordenador técnico e o homem forte do treinador no clube. Já o ex-goleiro Marcos, que ao contrário dos antigos parceiros nunca saiu da equipe, é o embaixador do Palmeiras. Uma espécie de relações-públicas que participa ativamente das campanhas de marketing com torcedores.
Há ainda Fernando Miranda, reserva do reserva do gol alviverde nos tempos de Scolari, que trabalha na preparação dos arqueiros atuais. E existem também os visitantes. Roque Júnior, Arce e Euller apelaram ao Palmeiras e ao ex-comandante para estágios para se formarem treinadores.
Outros, como o ex-zagueiro Agnaldo Liz, são figurinhas tradicionais nos estádios em partidas da equipe. São ex-jogadores de uma das fases mais vitoriosas do clube. Com Scolari, o Palmeiras ganhou entre 1997 e 2000 Copa do Brasil, Libertadores, Mercosul e Rio-São Paulo. Mas, desde que ele voltou, há dois anos, nada funcionou.
"São pessoas que amam isso aqui. E amor sempre é benéfico", disse o vice de futebol Roberto Frizzo, que negou que a junção de tantos velhos conhecidos do técnico tenha sido uma política definida pela diretoria. "Aconteceu naturalmente".
Sampaio, por exemplo, foi contratado não muito depois de uma das crises da gestão Scolari, a guerra escancarada entre o treinador e o atacante Kleber. Ou seja, um racha na tão declarada família. Hoje, ele diz que o ambiente é bom, com algumas amizades entre jogadores.
É nos ex-atletas que o Palmeiras deposita esperança de inspirar o grupo atual, que será campeão na quarta mesmo se perder por até dois gols de diferença em Curitiba --só o 2 a 0 para os paranaenses leva a decisão aos pênaltis.
"Não adianta querer passar algo para quem não quer ouvir. Mas tem quem quer. A minha função não é essa, mas a gente troca ideias de maneira informal", disse Sampaio.
"A gente fica feliz por eles estarem aqui. O Marcos, mesmo depois de ter parado de jogar, sente a mesma emoção de antes, fala coisas positivas no vestiário. Parece até que ele vai entrar em campo", afirmou o volante Henrique.
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