A coligação "Um Novo Caminho para Cuiabá", encabeçada pelo empresário Mauro Mendes (PSB), acusa o candidato a prefeito do PT, Lúdio Cabral, e a vice-prefeito, Francisco Faiad (PMDB) de comprarem votos nas eleições do primeiro turno.
De acordo com a coligação de Mauro, duas eleitoras de Cuiabá denunciaram o suposto "esquema" à Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O suposto esquema consistiu em contratar pessoas para trabalhar como fiscais durante a votação do 1o turno, mas dispensá-las do trabalho, exigindo apenas que elas votassem no petista para poder ficar com o pagamento. Cada pessoa recebeu um cheque de R$ 50 assinado por Francisco Faiad.
Conforme as denunciantes, Lori Anne Macedo da Luz e sua irmã, Cibele Macedo da Luz, elas foram contratadas para ser fiscais de seções. Contudo, no dia do pleito, uma pessoa da campanha do PT lhes entregou dois cheques de R$ 50, um para cada, juntamente com “santinho” do candidato Lúdio Cabral, afirmando que bastaria votar nos candidatos e poderiam ir embora, sem que fosse necessário trabalhar o dia todo como fiscal.
A suposta compra de votos aconteceu na Avenida Principal do bairro CPA III, em frente à escola Nova Pedagogia. As irmãs foram à Ouvidoria do TRE e denunciaram o caso. Em seguida, passaram a ser ameaçadas. Uma senhora identificada apenas como "Catarina" foi até a casa delas e as obrigou a assinar e reconhecer firma em um termo dizendo que trabalharam como fiscais, caso contrário elas seriam processadas.
Ambas assinaram, mas foram novamente à Ouvidoria denunciar, desta vez, o abuso de poder. As irmãs disseram que estão com medo de sofrer novas ameaças e represálias.
Com outras pessoas, segundo a denúncia, aconteceu o mesmo. Por toda Cuiabá houve pagamentos de supostos “fiscais”, sempre no valor de 50 reais, para que eles somente votassem, sendo dispensados de acompanhar a votação durante todo o dia.
De posse da denúncia e da imagem de vários cheques de 50 reais entregues por outros denunciantes e vítimas do esquema, a coligação "Um Novo Caminho para Cuiabá" propôs no TRE uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral que culmine na cassação das candidaturas de Lúdio e Faiad pelo crime de compra de votos e abuso de poder.
"Mesmo com a tentativa de ares de legalidade à compra de votos, a conduta denunciada não foi outra senão captação ilícita de sufrágio, que deve ser duramente repreendida e merece ser punida com a cassação de registro de candidatura, uma vez que a sociedade não aguenta mais estas formas inescrupulosas de se chegar ao poder", disse o assessor jurídico da coligação, José Antônio Rosa.