Cinco Estados já solicitaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a presença do Exército em alguns municípios durante a campanha eleitoral, disse na tarde desta segunda-feira (2) a presidente do órgão, ministra Carmen Lúcia, no Rio. Ela afirmou que os pedidos ainda estão sob análise.
Ela se reúne amanhã com presidentes dos TREs dos 26 Estados e Distrito Federal para discutir a preparação para o período eleitoral. A ministra não quis revelar os tribunais que solicitaram apoio do Exército. Entre eles está o Rio.
"Tivemos uma primeira reunião com as Forças Armadas. Vimos com bons olhos todas as demandas, no espírito de dar tranquilidade ao Judiciário. Todos os casos necessários nós vamos atender", disse ela, em visita ao TRE do Rio.
Para a presidente do TSE, as eleições municipais são "mais acaloradas" porque os eleitores estão mais próximos dos candidatos.
"É uma eleição mais acalorada. Os eleitores se envolvem mais. Os candidatos estão mais perto deles. Ela é mais trabalhosa pelo número de candidatos", disse ela.
RIO
O presidente do TRE-RJ, desembargador Luiz Zveiter, afirmou que pretende utilizar o Exército em áreas controladas por criminosos na capital e no interior, e até mesmo em locais com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Segundo ele, as favelas pacificadas necessitam de apoio para que não tenham sua segurança "desguarnecida".
Além do Rio, o magistrado citou cidades como Itaboraí, Rio das Ostras e Campos como municípios que devem precisar do apoio das Forças Armadas.
Zveiter disse ainda que proibirá o uso de celular no momento do voto por parte dos eleitores. Antes de votar, todos terão que deixar o aparelho com o mesário, junto com o título de eleitor. O objetivo, afirmou o desembargador, é impedir que pessoas sejam obrigadas a gravar em vídeo o próprio voto, a fim de comprovar a escolha de determinado candidato.
"A população que fica sob influência negativa desses grupos de bandidos, é obrigada a fotografar o voto. Quando volta para a comunidade, são obrigados a demonstrar aquilo que fizeram. Se estão proibidos, inclusive sob pena de prisão, a população não vai poder ser pressionada nesse sentido", disse Zveiter.
O desembargador disse ainda que criará "zonas de exclusão" no entorno de locais de votações em áreas mais críticas. Num raio de distância das urnas não poderá haver aglomerações, disse o magistrado.