Enquanto grupos de empresários em Mato Grosso “pressionam” para que o Governo do Estado conclua o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, empresários no Rio de Janeiro pedem a rescisão do contrato do VLT, por prejuízo de R$ 150 milhões com modal em três anos de uso. A própria concessionária divulgou nota informando que entrou na Justiça pedindo a rescisão do contrato de concessão.
“O VLT Carioca informa que nesta quarta-feira, 03 de julho, entrou na Justiça com o pedido de rescisão do contrato de concessão. A solicitação é fruto da inadimplência e do descumprimento do contrato por parte da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, que já dura mais de um ano”, diz trecho da nota.
A realidade em Cuiabá não está muito distante da cidade carioca. Isso porque, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), declarou por inúmeras vezes que o Estado está quebrado, inclusive declarando “calamidade financeira” assim que assumiu o pleito. Atualmente, um estudo estaria sendo realizado para saber como o Governo arcaria com os custos do modal.
No entanto, em sua última declaração sobre o assunto, que aconteceu na tarde dessa quinta-feira (05.07), em coletiva com a imprensa, o democrata destacou que a solução sobre o VLT que iria anunciar neste mês, terá que esperar. Mendes revelou que teve várias reuniões sobre o assunto, mas os últimos fatos que aconteceram em Mato Grosso impediram que as decisões fossem tomadas. Por isso, lembrou que sempre prometeu que anunciaria o futuro do VLT após um ano de sua gestão, que completa no dia 01 de janeiro de 2020.
“Nós tínhamos este planejamento, já fizemos três reuniões com a Secretaria de Mobilidade Urbana. Nós temos uma sequência de fatos que devem e podem acontecer para que possamos construir essa solução. Lamentavelmente, nós faríamos isso dentro de um mês, não foi possível por conta de outras prioridades que surgiram. E estou muito tranquilo, porque eu pedi até um ano para apresentar uma proposta e uma alternativa de solução”, destacou ele.
Mendes já havia anunciado em outra ocasião que estuda converter o VLT para outro modal, justamente porque não vê possibilidade de o Governo arcar com a despesa gerada. Ele mesmo fez um comparativo com a situação do Rio de Janeiro que não consegue arcar com os custos do VLT. “Temos visto Estados como o Rio que adotou o VLT e corre o risco de parar porque a Prefeitura não está aguentando arcar com o subsídio e está faltando passageiro no VLT. Se no Rio falta passageiro, imagina aqui em Cuiabá”, disse ele em abril deste ano.
O VLT em Mato Grosso já custou aos cofres públicos R$ 1 bilhão até o momento. O Governo desembolsa mensal uma parcela de cerca de R$ 12 milhões, referente a parcela de empréstimo que fez para construir o modal. E segundo informações já divulgadas pelo Governo, para conclusão do VLT, o Estado teria que desembolsar mais R$ 1 bilhão, sem contar com o subsídio que terá que arcar.
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