Apesar de certo, o reajuste no valor da tarifa de ônibus coletivo em Cuiabá ainda não tem data para ser aprovado e colocado em prática, já que, segundo o prefeito Mauro Mendes (PSB), a condição imposta para o aumento será a renovação de parte da frota por veículos novos, no primeiro semestre deste ano. Em entrevista à TV Centro América, nesta quarta-feira (6), ele disse que está negociando com as empresas concessionárias do transporte público. Atualmente, a passagem custa R$ 3,10, na capital.
O reajuste deve ocorrer, na avaliação do prefeito, porque o preço do diesel subiu, assim como o salário mínimo e os custos com manutenção. "A tarifa deve subir quando os novos ônibus começarem a circular. Estamos cobrando isso das empresas e temos essa 'carta na manga'", afirmou, se referindo à aprovação do aumento da tarifa.
A indefinição também se estente à licitação para a concessão do transporte, conforme o prefeito. Mendes alega que é preciso se ter uma previsão de conclusão da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que encontra-se parada. "Licitar [o transporte público] sem o VLT é uma realidade e com o VLT, outra realidade. Estamos preparando uma nova licitação, mas estamos tendo esse problema", disse. Esse mesmo discurso foi feito pelo prefeito em abril do ano passado.
O valor da nova tarifa ainda não foi definido. Conforme a Associação Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), os valores da planilha de custo ainda estão sendo discutidos e analisados pela diretoria da instituição. Quando houver definição, a planilha deve ser discutida com o Conselho Participativo da Arsec após 30 dias da sua publicação. E, em seguida, o valor da tarifa deve ser avaliado em uma audiência pública.
Em um balanço das obras e ações, o prefeito, que está no último ano de mandato, disse ter iniciado as trocas dos pontos de ônibus na capital e trocado parte dos ônibus por veículos mais novos.
Desde 2014, constantes cortes de despesas têm sido feitos, entre eles de servidores. O prefeito não descarta a possibilidade de reduzir ainda mais os gastos. "Existe uma crise econômica no país e estamos iniciando 2016 com as contas em dia. Queremos manter o equilíbrio entre o que arrecadamos e as despesas que temos que pagar", contou Mendes. Segundo ele, uma reunião está marcada para esta quinta-feira (7) com os secretários para tratar desse assunto.
Saúde
Parte dos problemas na área da saúde foi atribuída aos próprios profissionais. Na TV, o prefeito criticou os médicos que não cumprem o horário e prometeu acabar com a prática de bater o ponto e deixar o local de trabalho. Alegou ter contratado mais médicos para atuar nas unidades municipais de saúde em 2015, mas que 'o problema não depende apenas do prefeito'.
"Tem muitos profissionais sérios, mas, infelizmente, tem aqueles que ainda persistem na velha prática, de bater ponto, chegar atrasado, se ausentar, não querer atender bem a população", declarou. Ele citou o caso de dois médicos demitidos por não cumprirem devidamente a jornada de trabalho e os mais 50 Procedimentos Administrativos (PADs) instaurados no ano passado contra os profissionais 'marajás'.
Além disso, prometeu inaugurar duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), em Cuiabá, ainda neste ano. "Uma delas está com a obra em fase adiantada, na região Sul, e a da região Oeste está com a obra acelerada", pontuou.
CAB
Com um trabalho de auditoria em andamento na CAB Cuiabá, empresa concessionária dos serviços de água e esgoto da capital, o prefeito não descarta uma intervenção na empresa. "Queremos saber o que aconteceu lá [na CAB] nos últimos três anos. O melhor caminho é que alguém da iniciativa privada compre a empresa. O município não tem recursos para fazer os investimentos e resolver os problemas de água e esgoto em Cuiabá".
A empresa estaria se omitindo em prestar informações sobre investimentos feitos na capital para a oferta dos serviços e não teria apresentado um plano de ação para cumprir as metas estabelecidas no contrato de concessão, que tem prazo de 30 anos.
Minha Casa, Minha Vida
Recentemente, centenas de famílias perderam o direito à casa própria, pelo programa 'Minha Casa, Minha Vida', do governo federal, por não se enquadrarem nos critérios exigidos para a concessão do imóvel. Isso, segundo o prefeito, se deve à análise mais minuciosa dos documentos apresentados pelos beneficiados.
"Verificamos falhas nas informações prestadas por 950 dos 1.600 sorteados, pois, pela primeira vez, estamos fazendo uma séria e profunda auditoria", contou.
Entre essas 950 famílias, 39 famílias já tinham casa própria, 20 servidores públicos estaduais e municipais por terem renda superior a R$ 1,6 mil, além de um morador de Santo Antônio do Leverger, cidade a 35 km da capital.
Também foram retiradas do processo 257 titulares contemplados e 386 suplentes, por não terem apresentado os documentos obrigatórios dentro do prazo.
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