O senador Jayme Campos (União-MT) destacou a necessidade de um amplo debate sobre a privatização do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Várzea Grande, em entrevista exclusiva ao . Campos argumentou que a discussão deve ser extensa, transparente e republicana, visando preparar o caminho para futuras privatizações nos setores da gestão pública, incluindo o saneamento básico.
Comparando com o setor elétrico, que já está amplamente privatizado no Brasil e no mundo, Campos ressaltou a eficiência e a facilidade de financiamento que acompanham as gestões privadas. Ele apontou desafios enfrentados por órgãos públicos, como a dificuldade de cumprir requisitos para obtenção de financiamentos e a necessidade de apresentar planos de investimento sólidos.
Para o senador, a privatização do DAE poderia significar uma melhora substancial no saneamento básico de Várzea Grande, uma cidade que já experimentou avanços na área, mas que pode alcançar muito mais. Ele mencionou a inauguração iminente de uma nova estação de tratamento de esgoto sanitário no bairro Santa Maria como um exemplo do tipo de investimento necessário para melhorar o serviço de saneamento na cidade.
Quando questionado sobre os procedimentos para a privatização do DAE, Campos explicou que seria necessário, inicialmente, a aprovação de um plano de saneamento básico para Várzea Grande, já que o município não tem, seguido da contratação de serviços especializados, possivelmente do BNDES ou da Caixa Econômica Federal, para modelar o processo de privatização. Essa modelagem incluiria a definição da concessão e dos planos de investimento para os próximos anos, tanto em fornecimento de água quanto em esgotamento sanitário.
“Primeiro tem que aprovar o plano do saneamento básico em Várzea Grande, que não tem. Depois contratar o serviço, eu imagino, que seja do BNDES ou Caixa Econômica, para fazer a modelagem dessa privatização, de como será essa privatização, para ver qual será a outorga, qual será o plano de investimento nos próximos 5, 10, 15 anos, em termos de água, em termos de investimento no esgotamento sanitário e assim por diante. Isso depende de um setor, ou seja, de um órgão como o BNDES que tem expertise para fazer essa relação com a questão da privatização que já fez para vários e vários órgãos do Governo Federal, estadual e municipal. Contratar, com certeza, colocar em prática essa possibilidade de nós privatizarmos o sistema”, explicou.
O senador refutou qualquer relação entre a potencial privatização do DAE e os recursos previamente alocados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a infraestrutura da cidade, argumentando que os investimentos do PAC foram direcionados principalmente para pavimentação e drenagem, com poucos recursos destinados ao saneamento.
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