A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica Estadual, recebeu a notificação de 42 casos suspeitos de influenza em Mato Grosso. Desse total, estão em acompanhamento e sob a investigação pela Vigilância 21 casos suspeitos de gripe influenza com o vírus H3N2, que já circulou nos Estados Unidos e agora está no Brasil.
Das 42 notificações, oito pessoas morreram, sendo que um dos óbitos foi causado pelo vírus H1 N1 em Cuiabá. Esses casos suspeitos e que estão sendo investigados são de pessoas que faleceram entre o fim do mês de março e o início de abril, dos quais um caso com morte registrada em Tangará da Serra, cinco casos em Cuiabá, um em Juína e um em Várzea Grande. Um paciente de Colniza foi transferido para Cuiabá e apresenta sintomas da doença e está com quadro de saúde de melhora.
A Vigilância Epidemiológica já confirmou 18 casos por influenza e 13 pacientes evoluíram para a cura e já receberam alta médica.
Entre os casos confirmados estão dois pacientes que apresentam um quadro de evolução para cura que estão internados em um hospital particular de Cuiabá. São dois irmãos, sendo que o hospital já confirmou o diagnóstico de influenza. Os Escritórios Regionais de Saúde estão auxiliando os municípios no atendimento desses casos e no encaminhamento dos materiais coletados para exames que são realizados pelo LACEN – Laboratório Central do Estado, em Cuiabá. O resultado dos exames deve ser conhecido em até 28 dias.
Cuiabá tem o maior número de casos, com 19 pacientes e Várzea Grande notificou 4 casos.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES/MT, Alessandra Moraes, o serviço de Vigilância Nacional – CIEVS do Ministério da Saúde foi comunicado dos casos suspeitos e dos que foram confirmados até o momento. Além disso, a Vigilância orientou os municípios a realizarem o serviço de bloqueio em todos das famílias dos pacientes atendidos.
A SES/MT solicitou ao CIEVS que encaminhe para Mato Grosso uma equipe técnica do EPSUS, que realiza o serviço epidemiológico de campo, para auxiliar os municípios onde ocorrem as mortes de pacientes com suspeita da gripe influenza H3N2.
A coordenadora alerta à população para que ao primeiro sintoma de gripe ou de um quadro de síndrome respiratória aguda grave e que podem evoluir para a influenza, para que procure imediatamente a unidade de saúde municipal mais próxima, para ser tratado e receber medicamento pelo SUS.
Vacinação começa dia 23 de abril
Com relação à vacina contra a gripe influenza, Alessandra Moraes informou que o Ministério da Saúde deverá realizar campanha nacional de vacinação a partir do dia 23 de abril, com o dia D no dia 12 de maio. As vacinas somente estarão disponíveis a partir do dia 23 deste mês. “Esse tipo de vacina não pode ser estocada porque é fabricada para atacar determinado vírus da doença e para aquele ano de vacinação”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica do Estado.
A vacinação terá como público prioritário os idosos, crianças com até cinco anos de idade, gestantes e profissionais da saúde e da educação. Quem não puder tomar a vacina deve se consultar e receber medicamento na rede municipal de saúde. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado impedem a evolução negativa do quadro de saúde do paciente. Já a vacina é aplica em dose única e combate três vírus diferentes da gripe influenza e previne a doença.
“A vacina é fundamental para prevenir a doença e para diminuir a gravidade da influenza naquelas pessoas que já estão com o vírus incubado no organismo”, ressaltou Alessandra Moraes.
Existe um protocolo de tratamento que deve ser seguido pelos profissionais de saúde que é o mesmo para a influenza do tipo H1N1, H2N3 e Influenza B.
De acordo com informação da Vigilância Epidemiológica a transmissão dos vírus influenza se dá por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também acontece por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).
Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
O Ministério da Saúde orienta a população a adotar cuidados simples para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.
Dados nacionais
Em 2018, até 31 de março, foram registrados 228 casos de influenza em todo o país, sendo 41 em Goiás. No mesmo período, foram 28 óbitos, sendo 4 em Goiás. Do total, 57 casos e 10 óbitos foram por H3N2. Em relação ao vírus H1N1, foram registrados 84 casos e 8 óbitos. Ainda foram registrados 50 casos e 6 óbitos foram por influenza B e os outros 37 casos e 4 óbitos por influenza A não subtipado.
No mesmo período de 2017 foram registrados 276 casos de influenza no país, com 48 óbitos. Desse total, 21 casos e 6 mortes foram por h1n1; 158 casos e 20 óbitos por h3n2; 63 casos e 21 óbitos por influenza B; e 34 casos e uma morte por influenza A não subtipada.
O Brasil possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da influenza, distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades federadas, que monitoram circulação do vírus influenza por meio de casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
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