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Cidades Sábado, 24 de Abril de 2021, 11:45 - A | A

Sábado, 24 de Abril de 2021, 11h:45 - A | A

Minha Casa Minha Vida

Moradores do Santa Bárbara continuam bebendo água misturada com esgoto; Construtora ‘lava mãos’

Residencial Santa Bárbara foi entregue há sete meses e Construtora não está se responsabilizando pelo erro

Gislaine Morais/VG Notícias

 

Internauta/ VG Notícias

VG Notícias; VGN; feridas; causadas; água contaminada; Residencial Santa Bárbara; Várzea Grande

Feridas na perna de criança pode ter sido causada pela água contaminada do Residencial.

O Residencial Santa Bárbara, em Várzea Grande, entregue há sete meses, tem se tornado um pesadelo para os mais de quatro mil moradores que lá residem, pois, segundo a moradora Adriana, há mais de 15 dias, crianças e idosos estão adoecendo por conta da água que está contaminada em decorrência de uma infiltração do esgoto.

Segundo Adriana, eles estão abandonados pelos responsáveis que são a Construtora Lorenzetti, Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG) e Caixa Econômica Federal. Ela contou que a situação se tornou um jogo de empurra-empurra, e ninguém quer se responsabilizar e enquanto isso as famílias estão sofrendo pelo descaso dos responsáveis.

“Primeiro os moradores tiveram que escutar de servidores do Dae que não era para avisarmos a imprensa do que estava acontecendo. Aí tentamos contato com a construtora que não está nem aí pra gente, só mandam um engenheiro que não sabe dizer o que será feito e sem contar a Caixa Econômica também não faz nada. Enquanto isso, as pessoas estão passando mal e ficando doente porque infelizmente as famílias não tem dinheiro para comprar água mineral para tudo, e são obrigados a usar dessa água ‘fedida’ para fazer comida e se higienizar. E além disso, ainda estão gastando o que não tem com remédios”, desabafou.

A moradora Tereza encaminhou à reportagem do VGN exames realizados por sua mãe que constataram uma infecção no estômago, que pode ter sido causada pela contaminação a água. “Minha mãe está doente porque usamos essa água para cozinhar. Sabemos do risco, mas não temos condições de ficar comprando água. Tentamos receber água do caminhão pipa até que resolvam o problema, mas também não liberaram para nós. Então fica muito difícil. Tem vizinho aqui e está com os dentes caindo porque está com infecção na boca”, contou ela.

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A reportagem do VGN esteve in loco e conversou com a síndica da 5º etapa, Erinete Ferreira Paiva que explicou que assim que as famílias começaram a relatar sobre o mau cheiro e coloração estranha na água, eles acionaram a equipe do Dae, e foram informados de uma possível contaminação na água por conta de uma infiltração do esgoto.

Segundo ela, após a visita eles somente informaram que estão procurando o problema, mas não deram retorno ou satisfação para os moradores ou para os síndicos responsáveis pelas etapas. Erinete contou que um morador mandou fazer a análise e constatou contaminação, mas quando questionou o Dae, eles falaram que seria complicado qualquer um fazer, pois colocar a mão sem os cuidados na água poderia também contaminar.

“Somos a voz responsável por esses moradores. Precisamos fazer alguma coisa, alguma precisa nos ouvir e resolver esse problema, essas famílias não podem ficar utilizando essa água, muitos já estão doentes e todos estão desesperados porque não sabem o que fazer, e sabemos que esse tipo de contaminação por causar uma doença que leve a morte”, disse.

Ela contou ainda que após uma reunião entre os cinco síndicos, eles decidiram procurar um advogado para defendê-los e fazer com que o Dae, Construtora, Caixa, qualquer que seja o responsável posso se responsabilizar pelo problema e solucionar.

Erinete mostrou fotos de crianças que estão com feridas pelo corpo causadas possivelmente pela água contaminada também. Ainda segundo Erinete, nessa sexta (23), foram realizadas análises da água, pela etapa 5, por meio da síndica, pelo engenheiro da Construtora, e devem ficar prontas em um prazo de 10 dias.

Outro lado – A reportagem do VGN entrou em contato com presidente do Dae, Carlos Alberto que afirmou que na entrada da água, no reservatório que é de responsabilidade de Autarquia não tem nenhum problema. “Na entrada da água não teve nenhum problema, mas depois da entrada existe uma desconfiança que a água tratada está junto com o esgotamento sanitário”.

Segundo ele, o condomínio precisa abrir para verificar se isso é verdade. “É dentro da área privada deles, eu não tenho autoridade para mexer na área privada”.

Questionado se o problema deveria ser resolvido pela construtora responsável pela obra, sem confirmar, ele disse que o Dae tem o compromisso de solucionar o problema, pois as pessoas consomem o produto [água] deles e então tem por obrigação fazer o acompanhamento. “A nossa obrigação termina quando o Dae entrega seu produto no reservatório. Daí para frente é de responsabilidade do condomínio. Mas nós não nos isentamos de fazer o acompanhamento e auxílio para solução do problema”.

Carlos contou ainda que duas síndicas e uma representante da Caixa Econômica procuraram a Autarquia para solicitar um posicionamento de onde estaria o problema e o que seria feito, ele explicou que a “dúvida” das síndicas foram sanadas, pois foram informadas que o problema não estava no reservatório de entrada de água, onde é de responsabilidade do Dae. “Nós não temos nenhum problema com a contaminação na entrada. O pessoal foi lá e verificaram uma possível colocação de tubos que não poderiam estar juntos na mesma vala”, declarou.

Após essa fala, o presidente da Autarquia disse que tudo isso que estava falando à reportagem se fosse divulgado não seria uma coisa interessante. “Tudo isso que eu falo, se a senhora divulgar a senhora estaria fazendo uma coisa que não seria muito interessante, porque tudo isso a gente não tem a confirmação”, disse Carlos Alberto durante a entrevista.

Outro lado – O VGN entrou em contato com a assessoria da Caixa Econômica Federal, que informou que assim que tomou conhecimento da reclamação dos moradores, notificou a Construtora Lorenzetti, responsável pela execução das obras no Residencial Santa Bárbara, para verificação das instalações hidrossanitárias dos Condomínios, cujo projeto não prevê execução das tubulações em vala compartilhada.

“A CAIXA ressalta que será enviado profissional de engenharia ao empreendimento para avaliação da situação e verificação das providências a serem adotadas”, diz trecho da nota.

Outro lado – Em contato com o engenheiro da construtora, Herbet, ele passou o contato do responsável pela empresa, Renato que não atendeu a ligação.

Em novo contato, ele disse que a reportagem poderia utilizar da mesma nota enviada por uma das diretoras da empresa, Priscila, que foi encaminhada na semana passada, ou seja, na ocasião ela informou que o problema era do DAE de Várzea Grande, não cabendo a empresa sobre isso.

A reportagem vai encaminhar a denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), por se tratar do programa Minha Casa Minha Vida, e ser recurso federal.

 

 

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