Filas dobrando, aglomeração dentro do estabelecimento e tumulto, assim tem sido a realidade dos supermercados do Estado na última semana. Na segunda-feira (01.03), o governador Mauro Mendes (DEM) editou um novo decreto estabelecendo o horário de funcionamento dos supermercados de segunda a sexta das 6 às 19 horas, e sábados e domingos das 6 às 12 horas, flexibilizando nessa sexta (05), o funcionamento de sábado também até às 19 horas.
As medidas foram adotadas em decorrência do aumento nos números de casos confirmados da Covid-19 e a superlotação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Leia matéria relacionada - Mato Grosso terá mini-lockdown a partir de amanhã por 15 dias; confira novas medidas
À reportagem do oticias conversou com um morador de Várzea Grande, que relatou que foi a um supermercado do município e ficou mais de 2 horas na fila aguardando para conseguir entrar no local. "Eu ainda trabalho a noite e consegui ficar esse tempo aguardando, mas imagina aquele trabalhador que sai às 18 horas do serviço precisa pegar ônibus, até chegar ao mercado pode não dar tempo".
Conforme Luís Cláudio, mercado é serviço essencial e deveria ficar aberto até mais tarde para dar tempo da população conseguir suprir suas necessidades. Ele ainda avaliou que essas medidas podem colapsar mais a saúde, pois com o pouco tempo, as pessoas tendo que ir ao mesmo horário causa aglomeração, o que facilita a propagação do vírus.
A reportagem do oticias entrou em contato com o diretor da Associação dos Supermercado de Mato Grosso (Asmat), vice-presidente da Fecomércio e presidente do Sincovaga (Sindicato com Varejistas, Gêneros e Alimentos), Kassio Rodrigo Catena, que afirmou que as medidas judiciais que competem a Associação foram tomadas, mas segundo ele, infelizmente, depende mais de decisão política do que Jurídica neste momento.
Kassio disse que estão tentando dialogar com os órgãos competentes para tentar reverter isso e mostrar para eles que a redução de um item de primeira necessidade vai criar transtorno e aglomeração. "Mas está difícil essa comunicação com os órgãos de Prefeituras. Então estamos aguardando a mercê de decisões que não embasa nada. A Associação fez sua parte, e lamentamos o despreparo de certas pessoas que estão no comando para tomar decisões unilaterais que não beneficiam ninguém nesse momento. Se a intenção é diminuir a aglomeração tem que aumentar o tempo de funcionamento dos supermercados, porque é item essencial. Se não resolver isso, vai estrangular e quem vai sofre é a população”, declarou.
Ele contou que com a Prefeitura de Cuiabá tem conseguido o diálogo, pois o órgão entende a necessidade e é a favor da extensão de horários. Já com a Prefeitura de Várzea Grande, ele afirmou que não consegue contato, pois eles não atendem e nem retornam as ligações.
O diretor da Associação informou que os estabelecimentos estão cumprindo com as determinações de biossegurança, mas ele disse que com essa redução de horário pode ocorrer de famílias não serem atendidas, e as autoridades vão ter que explicar para os pais de famílias que eles não vão poder levar o leite e pão para seus filhos.
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