A intervenção na Saúde de Cuiabá está arruinando o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), para os pacientes portadores de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Um desmonte da unidade especializada ao atendimento completo de soropositivos na capital, está preocupando os portadores da doença.
Em entrevista ao , Leiry Maria Rodrigues, uma das representantes dos pacientes soropositivos, portadora do vírus, há mais de 30 anos, contou que estão fazendo um desserviço aos pacientes soropositivos da Capital. Entre as diversas ações da intervenção, as denúncias englobam a falta de atendimento odontológico para os pacientes portadores HIV/Aids.
Leiry explicou que não é a primeira vez que tiram o direito dos pacientes. Ela relatou que tinham uma farmácia onde distribuíam os remédios necessários, mas, foi fechada e agora os pacientes precisam ir buscar em postos de saúdes.
"O fechamento do centro odontológico do SAE é mais um desserviço que eles estão fazendo. Nós, HIV positivo, tínhamos conquistado o direito de termos na nossa farmácia a distribuição dos nossos antirretrovirais, também toda medicação da rede básica que nós necessitávamos, mas a farmácia foi fechada, conseguiram desmantelar e nos mandaram pros postos de saúde", desabafou.
Ela também contou que o gabinete odontológico do SAE nunca foi reformado, e, atualmente, existem 5 mil pacientes para serem atendidos com apenas dois dentistas. "Nosso gabinete do SAE nunca foi reformado ou ampliado. Antes, tínhamos um dentista para 200 pacientes, hoje, somos 5 mil e temos somente dois dentistas, onde um atende de manhã e o outro à tarde"
Leiry também relatou que a ambulância do SAE sempre foi emprestada para outras unidades de saúde e voltava estragada, sem condições de uso. Ela afirmou ser muito ruim toda essa situação, pois pacientes soropositivos quase não tem voz ativa na sociedade e nunca são lembrados pelos gestores.
"Nossa ambulância também nunca foi nossa, sempre era emprestada para outras unidades de saúde e voltavam sucateadas. Agora não temos nenhuma. É ruim para nós, porque temos poucos direitos na sociedade, e ainda fecham o local que é nosso", finalizou.
Outro lado - A reportagem do , tentou contato com a equipe de intervenção da Saúde de Cuiabá, para saber o que está ocorrendo, contudo, sem êxito. O espaço permanece aberto para manifestação.
Atualizada as 19h02min. - A assessoria da interventora da Saúde de Cuiabá emitiu nota, afirmando que o atendimento de odontologia do Serviço de Assistência Especializada (SAE) estava suspenso há cerca de três anos - e a estrutura da sala era precária.
Além disso, diz a nota, que pelos critérios do Ministério da Saúde, o SAE não precisa obrigatoriamente ter dentistas na unidade e os pacientes com HIV podem ser atendidos em qualquer outra unidade básica de saúde. "As medidas de remanejamento equipamentos visam a melhoria do atendimento à população".
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