Moradores de Cuiabá e Várzea Grande que perdem entes queridos têm um motivo a mais para o sentimento de frustação e tristeza no luto: a demora na liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML), na Capital.
Um internauta que perdeu o pai no último domingo (08.11) por causas naturais, contou à reportagem do oticias, que o corpo foi liberado quase 24horas depois da morte, causando estresse e angústia aos familiares.
Segundo ele, a liberação dos corpos não é feita um a um. Ele contou que no local, cabem cinco corpos, e que todos passam por necropsia juntos - e somente depois que todos são autopsiados é que os papeis seguem para liberação do médico.
“Tem pessoas que foram atropeladas, assassinadas e requerem exames mais detalhados, o que causa ainda mais demora na liberação”. O morador ressalta a falta de profissionais até para repassarem informações no local. “As mesmas pessoas que fazem as necropsias são as que atendem na recepção repassando informações. Após os trabalhos é que eles tomam banho, trocam de roupa e vão nos passar as informações. Na recepção não fica ninguém, é vergonhoso”.
Ainda, de acordo com ele, o IML não tem plantão noturno, somente recolhem os corpos, o que causa ainda mais demora. “O IML de noite que tem plantão é só recolhendo os corpos, de dia só começam a atender depois das 8horas. Eles chegam, vão tomar café, aí que começam os procedimentos. Isso demora muito. Os papeis do meu pai foram liberados na segunda-feira quase às 15h, isso porque morreu no domingo de causas naturais no Pronto-Socorro de Várzea Grande”, lamentou.
Outro lado: Em nota, o Instituto Médico Legal (IML) afirmou que todos os corpos são necropsiados somente até as 19h e que os trabalhos não são realizados ao mesmo tempo. “Todas as necropsias são realizadas somente até as 19 horas, portanto, os corpos que chegam à Diretoria Metropolitana de Medicina Legal (IML) a partir desse horário são necropsiados no dia seguinte, a partir das 7 horas. As necropsias não são realizadas ao mesmo tempo. Ocorre que, caso haja mais de um corpo aguardando, o procedimento será realizado individualmente de acordo com a ordem de chegada ao IML”.
Ainda segundo o IML, a demora está relacionada a alta complexidade do trabalho. “Sim, os mesmos profissionais que realizam a necropsia atendem os familiares das vítimas na recepção, justamente porque são eles os responsáveis pela liberação dos corpos. A demora na liberação dos corpos está relacionada à complexidade do trabalho. O exame de necropsia demanda tempo, por esse motivo, o prazo médio para liberação de um corpo é de 24 horas”.
Etapas da necropsia: Assim que o corpo chega ao IML, é necessário identificar a causa da morte do indivíduo. À ocasião também é necessário realizar a identificação do cadáver, que pode ser feita por impressão digital ou arcada dentária ou DNA. Após isso, os profissionais do IML realizam a recomposição do corpo, para que seja devolvido em condições adequadas à família. Somente após todos esses processos é que o cadáver é liberado para os ritos fúnebres.
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