Pela terceira vez, cerca de 157 famílias que ocupam área do bairro Altos do Ubirajara, em Cuiabá, estão sendo obrigadas na manhã desta quinta-feira (07.07) a deixarem o local, e tendo suas moradias destruídas por máquinas por causa de uma decisão da Justiça Estadual. O local estava ocupado há dois anos.
Existe uma briga judicial pela posse do terreno. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) diz que o proprietário da área, porém, uma pessoa (que não teve o nome divulgado) se diz dona do imóvel e entrou com uma ação na Justiça, que determinou a desocupação.
Em abril deste ano, uma decisão juíza Vandymara Paiva Zanolo, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, determinou a desocupação do local sendo destruídas todas as casas, mas as famílias retornaram ao local após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que suspendeu a desapropriação.
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O presidente da Associação de Moradores do bairro Altos do Ubirajara, Valderir Nunes, disse que a nova desapropriação é um “ato desumano” com as famílias que estão no local, e é um desrespeito a decisão do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que na semana passada determinou a suspensão de despejos e as desocupações até o fim das eleições deste ano.
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“É um ato desumano. Um desrespeito com todas essas famílias que estão aqui. É algo que a gente não consegue explicar. Porque nossa justiça é cega para quem não tem condição, para o pobre, para o pequeno. Para esses a justiça não tem olhos. Será que só tem olhos para os empresários? Para aqueles que têm dinheiro? Se fossemos empresários ou pessoas com dinheiro, será que o cenário não seria totalmente diferente? Creio que não! Nós não estaríamos com esse cenário aqui: Samu, máquinas, polícia militar, para nos despejar a qualquer custo, a qualquer momento. É um ato desumano que está acontecendo em nossa comunidade”, declarou o líder comunitário.
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