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Cidades Domingo, 15 de Maio de 2022, 15:45 - A | A

Domingo, 15 de Maio de 2022, 15h:45 - A | A

ESPECIAL VG 155 ANOS

Moradores antigos de bairros tradicionais contam como é viver e acompanhar a cidade crescer

Entrevistamos moradores de três bairros diferentes de Várzea Grande, que falaram de religiosidade, resignação e esperança

Gislaine Morais/VGN

Na semana em que Várzea Grande completa 155 anos de fundação, moradores de diversos bairros entrevistados pelo  contaram as experiências de como é morar na Cidade Industrial, o que gostariam que melhorasse e o que esperam das autoridades para o futuro.

De família tradicional, nascido e criado no Distrito de Limpo Grande, seu Francisco Antônio Pereira, conhecido por “Chico Folia”, 77 anos, vive para realizar o último pedido do pai em seu leito de morte: dar continuidade à famosa e tradicional Festa de Santa Clara, realizada todos os anos, em 12 de agosto.

Seguindo a tradição, seu Chico Folia realiza o festejo com recursos próprios e conta com ajuda de alguns moradores da região. A festa de Santa Clara recebe além da comunidade várzea-grandense, atrai moradores de outras cidades como Poconé e Jangada, que são municípios limítrofes.

Durante o evento, acontece reza cantada, levantamento de mastro, as tradicionais danças do cururu e siri, e seu Francisco ainda serve um banquete com direito a dois bois e porco assados e muita comida. Segundo ele, o valor da carne está alto, mas ele prometeu que iria cumprir o último pedido feito pelo pai, afirmando que estárá à  frente da festa até quando for possível.

_“As pessoas já chamaram meu pai de burro por ele comprar boi e servir para tantas pessoas de graça, mas para mim, é um orgulho seguir essa tradição e manter a promessa que fiz a ele. Aqui nós nunca vendemos comida. A santa ajuda a gente opera o milagre, muitas pessoas já me relataram isso”, contou ele.

Mas há outras figuras e acontecimento típicos que merecem destaque. Em um dos bairros que mais crescem em Várzea Grande, o São Matheus, encontra-se o seu João Valentino do Couto, 78 anos, que se intitulou o “homem de Deus”. O idoso mora em uma humilde casa com a esposa. Sentado ao lado de uma mesa rodeada de bíblias, ele disse que onde mora ainda não tem água encanada e nem pavimentação asfáltica, mas não reclama, afirmando que se sente realizado, pois foi Deus que o levou até lá. Ele contou, que é ali que ele faz o que mais gosta, poder levar a palavra de Deus a muitas famílias e isso o deixa muito feliz.

Ele contou que quando chegou no bairro era tudo precário, mas deu uma melhorada, e que espera ver a comunidade receber melhorias, como água encanada, ruas pavimentadas e mais espaço de lazer para as tantas crianças.

Em outro local, no Residencial São Matheus, o proprietário de um pequeno comércio de materiais para construções, localizado próximo da avenida principal, onde paga aluguel, o comerciante 'seo' Lino não esconde a satisfação que tem em morar naquela região. Ele disse que o sofrimento de muitos, a falta de água, é uma coisa que não assombram sua casa e nem seu comércio.

Questionado como seria morar no bairro São Matheus, o empresário disse que vive num bom lugar, que se sente seguro, mas ressaltou que como alguns bairros, ali também faltam coisas, como a falta de manutenção na pavimentação asfáltica, "a gestão passada era melhor que essa, esse prefeito de agora ainda não está dando conta dos reparos".

Único desejo de um empresário de pequeno porte que precisa se locomover para região central para abastecer seu estabelecimento. Seu Lino contou que seria um viaduto na rodovia dos Imigrantes, considerado por ele uma rodovia perigosa de atravessar. “Sair do bairro e atravessar a rodovia para chegar na avenida Filinto Müller é muito perigoso, principalmente nas horas de pico. O trânsito fica congestionado e ficamos horas na fila, isso tanto para ir como para voltar. Um viaduto resolveria nossos problemas”, desabafou ele.

Atravessando a cidade, já no bairro Chapéu do Sol, o pai de família, que vende pães, bolos e roscas na porta de casa, no bairro há 10 anos, o comerciante Flávio diz que não imagina que aquele lugar, antes tão desconhecido, se tornaria “palco” para receber um Fórum, uma Universidade, condomínios, sendo alguns luxuosos, entre outras coisas.

_ “Quando vim morar aqui, tinha umas cinco casas, a rua não era pavimentada, e hoje moro na avenida principal, duplicada, asfaltada e passa ônibus para atender às pessoas. O transporte público chegou há dois dentro bairro, mas já faz uma grande diferença para quem mora mais afastado. Sofremos com a falta de água assim como muitos moradores de outros bairros, mas aqui é um lugar seguro de viver com a família. Gosto muito de onde moro, e não desejo viver em outro lugar”.

Indagado quais seriam as carências da região do Chapéu do Sol, Flávio disse que gostaria que tivesse mais investimentos para o esporte e lazer, e que o problema da falta de água fosse resolvido logo.

_“O prefeito Kalil Baracat, prometeu a uma Estação de Tratamento de Água (ETA) na região, então se fosse construída logo ajudaria muito as famílias, que acabam tendo que tirar do orçamento da casa, dinheiro para comprar água para lavar roupa, para a higiene pessoal, para fazer comida e outras coisas. Aqui cresceu muito, mas ainda falta mais um pouquinho para as famílias viverem com mais dignidade”, declarou o vendedor de pães e bolos. 

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