O embate político entre o governador Mauro Mendes (União) e o ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), resultou em mortes e sofrimento prolongado para a população, avaliou um médico do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que preferiu não se identificar a fim de evitar represálias.
A rivalidade entre os dois gestores, que marcou a gestão anterior, trouxe prejuízos concretos para a saúde pública da capital mato-grossense. O profissional de saúde questiona: “O quanto a população cuiabana perdeu devido à briga política entre Mendes e Pinheiro?”.
Em contato com o , o médico relatou, com indignação, que a falta de colaboração entre Estado e município prejudicou diretamente o HMC, que enfrentou dificuldades para realizar procedimentos essenciais. De acordo com ele, essa negligência foi evidente até o fim da gestão de Pinheiro, quando pacientes ficaram sem cirurgias por falta de recursos básicos, como órteses e próteses.
O profissional se manifestou após a divulgação de um vídeo gravado pelo secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, nas dependências do HMC. No material, Figueiredo destacou a doação de 5 mil itens de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) pelo Governo do Estado, apresentando a iniciativa como um marco no compromisso da gestão estadual com a saúde pública da Capital.
Entretanto, o médico questionou a demora para que esse apoio chegasse: “Por que o Estado só agora demonstra interesse em apoiar a saúde da Capital? Por que somente agora Mauro Mendes decidiu ajudar o HMC com a doação de materiais essenciais, após anos de inércia?”.
Ele destacou que a ausência de suporte durante a gestão anterior custou caro à população cuiabana. “E a população do dia 31 de dezembro do ano passado para trás, que sofreu, que morreu, que passou necessidade, que ficou aguardando cirurgias sem material? Então, quer dizer que virou o ano agora e quem morreu para trás não importa? Só daqui para frente agora?”, indagou o médico.
Ele também apontou o impacto da rivalidade política sobre os pacientes do HMC. Segundo o profissional, mesmo diante da falta de insumos, o Governo estadual continuava enviando pacientes do interior para a unidade de Cuiabá, ignorando a precariedade enfrentada pelo hospital.
“Esta ajuda é uma demonstração nítida, que por picuinhas políticas, o Governo do Estado crucificou a população. Além do sofrimento da população cuiabana, ainda mandavam mais pacientes do interior sem se importar se havia material, medicação ou leitos disponíveis. A população pagou muito caro por essa briga política”, concluiu.
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