A deputada estadual, Janaina Riva (MDB) repercutiu nesta terça-feira (15.08), em sua página no Instagram, um vídeo, onde a jornalista Jaqueline Naujorks – faz um desabafo sobre o brutal e bárbaro assassinato da advogada de Várzea Grande, Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48 anos, na madrugada de domingo (13), na residência do ex-policial militar, Almir Monteiro dos Reis, em Cuiabá.
Cristiane foi espancada e asfixiada até a morte. Conforme a perícia, a advogada sofreu diversas lesões no rosto, seios e pernas, além de múltiplas fraturas no crânio. Leia mais – Advogada de VG foi morta durante ato sexual: "Algo que ela não consentiu e ele cometeu esse crime brutal", diz delegado
Janaina disse que o desabafo da jornalista seria de todas as mulheres, independente da raça, crença, classe social. Todas, que segundo a deputada, vivem inseguras e com medo do mundo.
“É um desabafo de nós mães que sentimos medo por nossas filhas, medo de um mundo ainda muito inseguro para as mulheres, que dirá para nossas meninas e adolescentes. A pergunta que fica é: até quando o brilho de uma mulher vai incomodar tanto a ponto de um homem se sentir no direito de apagar essa luz do mundo? ".
Jaqueline Naujorks inicia o vídeo afirmando que Cristiane era uma mulher livre, feliz e brilhante, que já havia trabalhado para assistência social, ajudando muita gente. Ela lembrou que a advogada deixou um legado de bondade, pois era uma mulher incrível.
A jornalista ainda questiona que outro cuidado as mulheres precisarão tomar para existir. "Jamais se relacionar? Jamais sair de casa? Jamais dançar? Jamais usar roupa apertada? Jamais frequentar um bar? Jamais confiar?"
Confira na íntegra o desabafo:
Cristiane era uma mulher livre, feliz, brilhante. Trabalhou para assistência social, ajudou muita gente. Deixou um legado de bondade, Cristiane era uma mulher incrível.
O que faz um homem pensar que tem o direito de tirar a vida de uma mulher. O quanto o brilho de uma mulher incomoda a ponto de um ser humano querer aniquilar, arrasar, retirar do mundo essa presença. Porque o feminicídio é isso, tratar uma mulher como objeto, a ponto de dispor da vida dela.
Desde o início do ano, 19 mulheres incríveis perderam a vida em Mato Grosso, assassinadas simplesmente por serem mulheres. Todas tinham algum envolvimento com 'feminicida'. Todos os assassinos eram homens em quem essas mulheres confiaram, seja em um relacionamento breve, seja no encontro de um dia, seja no encontro por aplicativo, seja num casamento de 20 anos, não importa o contexto do xingamento ao feminicídio, a raiz desse desprezo pelo feminino, é o machismo naturalizado cotidiano.
Que outro cuidado as mulheres precisarão tomar para existir. Jamais se relacionar? Jamais sair de casa? Jamais dançar? Jamais usar roupa apertada? Jamais frequentar um bar? Jamais confiar?
Uma coisa precisa ser dita e repetida, a culpa nunca é da vítima, mulher nenhuma provoca seu feminicídio. Uma mulher tem o direito de viver, de sair, de dançar, de namorar sem medo de ser morta e pior de ser responsabilizada por isso. Enquanto a sociedade não mudar o seu entendimento sobre a culpa na violência contra a mulher, essa realidade não vai mudar.
Aí eu te pergunto, até quando Mato Grosso vai ser um dos Estados mais perigosos para uma mulher viver nesse país?
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