O jornal Uol publicou nesta quinta-feira (29.05) reportagem divulgada no impresso americano The New York Times em que questiona os motivos pelos quais Cuiabá foi escolhida cidade sede da Copa do Mundo.
“Então, muitos brasileiros ficaram surpresos quando esta cidade quente como um radiador, com 570 mil habitantes --a capital do Estado rico em soja, Mato Grosso--, foi escolhida como uma das 12 cidades anfitriãs da Copa do Mundo, e ainda mais quando as autoridades decidiram investir cerca de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 3,1 bilhões) para renovar a antiquada infraestrutura de Cuiabá e catapultá-la para a modernidade para o mundo todo ver”, questiona.
O jornal afirma ainda que a ligação do ex-governador, Blairo Maggi (PR) e o ex-presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva (PT) pesou na escolha da capital mato-grossense.
“Alguns turistas internacionais passam uma noite em Cuiabá em seu caminho para o Pantanal, em busca de onças, lobos-guarás e centenas de espécies de aves. Mas, até agora, o maior evento de Cuiabá certamente tem sido regional: a Expoagro, uma feira estadual que atrai 300 mil pessoas por 11 dias, muitas delas para o rodeio de quatro dias. Ainda assim, uma estreita relação entre o ex-presidente do país Luiz Inácio Lula da Silva e um magnata da soja que foi governador do Estado, Blairo Maggi, pode ter pesado na balança para que esta cidade se tornasse uma vitrine da Copa do Mundo”.
O The New York Times também adverte que como muitas cidades brasileiras, as obras de mobilidade em Cuiabá não devem ficar prontas para o mundial e frustram a população.
Mas, quando a Copa do Mundo começar no próximo mês, Cuiabá se parecerá quase como está hoje: um canteiro de obras de viadutos, passagens subterrâneas, projetos de expansão de estradas, pontes e linhas de veículo leve sobre trilhos, tudo inacabado. Os fãs do futebol que pretendem aprender algumas palavras em português antes de sua chegada podem pular o "bom dia" e o "obrigado" e aprender "desvio" e "em obras".
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