Por falta de repasse de recursos para reforma, menos da metade dos leitos do Hospital Regional de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, estão sendo ocupados. A unidade, inaugurada em 2008, tem capacidade para acomodar 75 pacientes, sendo 25 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas hoje somente 20 estão funcionando. Por conta disso, alguns pacientes estão há dias aguardando para fazer cirurgia e enfrentam dificuldades.
Um desses pacientes disse ter conseguido uma liminar na Justiça para realizar um procedimento cirúrgico, pois o caso é considerado de urgência. O trabalhador autônomo Plácido Ficaggna está parado há sete meses enquanto aguarda uma cirurgia ortopédica. De acordo com a decisão judicial, a Secretaria Estadual de Saúde e a Prefeitura de Sinop são obrigadas a pagar pelo procedimento. "A Justiça determina que se a cirurgia não for realizada pelo SUS, que se faça na rede particular", disse.
Se o hospital não tivesse parado, a situação poder ser outra. A obra de construção do hospital custou mais de R$ 8 milhões, proveniente de um convênio entre o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Sinop. Em 2011, o prédio foi cedido ao governo do estado e, no ano passado, já sob a responsabilidade do estado, a Secretaria de Saúde passou a administração para uma Organização Social de Saúde (OSS).
Apesar de nunca ter sido usado, o prédio teve que passar por reformas. Segundo o representante da OSS, foi preciso fazer adequações para atender as exigências da Vigilância Sanitária. Em uma sala onde deveria funcionar o centro cirúrgico para a instalação de equipamentos, será preciso tirar todo o forro. "Num pacote de R$ 7,9 milhões, que seria de investimento porque não é só a reforma, mas investimentos em alguns equipamentos e materiais que não foram contemplados no pacote do Ministério da Saúde. Essa aquisição e reforma ficaram para nós, mas a responsabilidade do repasse financeiro seria da Secretaria Estadual de Saúde ", disse o administrador da unidade Wellington Randall.
O secretário de Saúde do estado, Mauri Rodrigues, informou que não repassou mais recursos para o hospital regional de Sinop porque a unidade ainda não ofereceu todos os serviços previstos.
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