Investigadores e escrivães de Cuiabá e Várzea Grande denunciam que há mais de cinco anos estão recebendo alimentação de péssima qualidade nas delegacias de ambos os municípios.
Em entrevista ao VG Notícias, o presidente do Sindicato dos Investigadores e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), Aníbal Marcondes, disse que a pelo menos cinco anos, policiais civis de Cuiabá e Várzea Grande recebem marmitas com alimentação estragada, sem nenhuma condição de consumo.
“Estamos recebendo alimentação de péssima condição, totalmente estragada. Muitas vezes, o policial civil fica sem realizar a refeição, porque a comida que chega já vem estragada, azeda, sem nenhuma condição de consumo”, denúncia o presidente do Siagespoc.
Ainda segundo ele, a empresa responsável pela entrega das refeições está fazendo a distribuição fora do horário do almoço e do jantar, o que prejudica ainda mais a condições da alimentação.
“Eles estão entregando a comida muito cedo, como 09 horas da manhã no caso do almoço, 17 horas no caso do jantar, e até chegar o horário correto dos policiais realizarem as refeições a comida já está azedo, sem condição de consumo. Isso está errado, eles deveriam entregar nos horários corretos e isso não está acontecendo e quem fica prejudicado e o policial civil”, relatou Anibal.
Reivindicação - O presidente do Siagespoc disse ao VG Notícias, que a categoria está reivindicando junto a Polícia Civil que a alimentação não seja mais entregue aos policiais nas delegacias, e sim, que o órgão repasse um auxilio- alimentação.
Ainda segundo ele, a categoria reivindica ainda que os policiais civis do interior do Estado possam também ter direito ao auxílio alimentação. “Hoje os policiais do interior não recebem alimentação. Eles são “obrigados” a abandonar as delegacias e almoçar em suas casas, fato que nós não concordamos. Queremos também que eles recebem esse auxilio”, finalizou
Outro lado – A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp), órgão responsável pelo contrato com a empresa que entrega alimentação dos policiais civis, disse que até hoje não recebeu de forma “oficial” nenhuma reclamação referente à péssima condição da alimentação dos policiais e por este fato não poderia dar um posicionamento sobre o assunto.
“Não chegou nada de forma “oficial”, o que se tem é pequenos “boatos” de reclamações sobre a comida. Não podemos cobrar da empresa que faz o serviço sem ter uma reclamação documentada, ficaremos sem embasamento. Assim que recebemos de forma “oficial” a reclamação, vamos poder cobrar da empresa” declarou a assessoria.
Embora a Secretaria tenha afirmado desconhecer o problema, em agosto de 2011, os policiais civis encaminharam à Sesp documento pedindo providências sobre a questão da péssima qualidade na alimentação, mas até hoje, nenhuma medida foi tomada.
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