Com uma dívida declarada de R$ 100 milhões junto a fornecedores e bancos, 4 empresas do prefeito Mauro Mendes (PSB) ingressaram com pedido de recuperação judicial junto à Justiça de Mato Grosso. O pedido foi protocolado em nome do Grupo Bipar constituído empresas Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda, Bipar Energia S.A., Bipar Investimentos e Participações S.A e Mavi Engenharia e Construções Ltda. A ação irá tramitar na 1ª Vara Cível de Cuiabá, mas ainda não foi distribuída.
Em nota, o grupo informou que o objetivo dos representantes é utilizar a recuperação judicial para preservar milhares de empregos diretos e buscar o equilíbrio financeiro para saldar as dívidas e seguir com a execução de aproximadamente R$ 200 milhões em contratos. Na Justiça Estadual, principalmente nas varas cíveis de Cuiabá, a Bimetal, que atua no ramo de projetos, fabricação, instalação e montagem de torres para telecomunicações e energia elétrica é alvo de várias ações de execução de dívidas.
Mauro Mendes é sócio e presidente do grupo, mas estão licenciado. Em seu lugar, que responde é o diretor do Grupo, Luis Nespolo. Na nota encaminhada pela assessoria o executivo explica que entre os motivos que levaram as empresas a recorrer à recuperação judicial, estão quebras indevidas de alguns contratos e inadimplências, o que gerou prejuízos ao grupo.
Cita com o exemplo a demora na aprovação de um pedido de aditamento de valor do contrato mantido pela Mavi com a Matrinchã Transmissora de Energia S.A., para a construção de uma linha de transmissão em Mato Grosso. “A Mavi está ingressando na Justiça Arbitral cobrando uma diferença de execução do contrato no valor de R$ 112 milhões”, diz. Argumenta que a Matrinchã demorou cerca de um ano para apreciar o pedido de aditivo o que gerou uma defasagem muito grande das receitas e despesas do Grupo “já que no período mantivemos a execução do contrato sem a remuneração devida".
O Grupo Bipar também cita entre as causas da dificuldades financeiras a perda de crédito bancário das empresas em função da exposição política do fundador do grupo, o empresário Mauro Mendes, especialmente depois da sua inclusão na investigação da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) na Operação Ararath que investiga um complexo esquema de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Mauro Mendes foi alvo da 5ª fase da Ararath, deflagrada no dia 20 de maio de 2014 e continua sendo investigado num inquérito sigiloso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Outro fato preponderante que contribuiu para o agravamento da situação do grupo ocorreu em 2014, depois que Mauro Mendes foi considerado pelas instituições bancárias uma PPE (pessoa politicamente exposta), gerando uma restrição de crédito corporativo e impedindo o aumento do capital de giro das empresas. Devido a este fato e outros de exposição pública de seu principal acionista, o grupo teve parte dos seus limites de créditos bancários reduzidos ou cortados, em um momento em que deveriam ser ampliados para fazer frente a elevação do nível de atividade e faturamento", informa o comunicado do grupo empresarial.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).