O presidente da "Peixe BR", empresário Francisco Medeiros, alertou em audiência pública nesta terça-feira (13.06), que novos casos de morte de peixes no Lago do Manso pode repetir.
Ele pediu apoio da Assembleia Legislativa (AL/MT) para retomar o equilíbrio entre as múltiplas concessões do Lago do Manso.
Segundo o empresário, o Governo Federal concedeu concessão de múltiplo uso, à empresa Furnas Centrais Elétricas S/A para produzir energia e aos empresários para produção de peixe.
Meu título de cessão é de 20 anos. Eu sou cessionário para produzir peixe, Furnas é cessionária para produzir energia. E houve uma perda de equilíbrio entre os cessionários
“O que aconteceu esse ano? Se esvaziou o lago para transformar em dinheiro, porque cada metro cúbico custa mais de R$ 10, se gera energia com ele, cada um centímetro que desce no Lago gera mais de R$ 10 milhões para o caixa de Furnas. Temos um problema sim de inversão térmica, mas a nossa perda foi decorrente do nível tão baixo e o mais preocupante: eu acompanho diariamente no site de Furnas (eles têm que colocar no ar quantos está entrando em cada uma das hidrelétricas que ela é gestora e quantos está saindo) e hoje está entrando 63 metros cúbicos por segundos e saindo 120 metros por segundos, nesse ritmo antes de setembro ele seca o lago de Manso”, alertou o empresário.
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Francisco Medeiros avaliou que “foi enganado” por adquirir uma concessão acreditando na política do Governo Federal. Entretanto, para o empresário a concessão de forma múltipla é inviável já que uma das partes sofre prejuízo.
“Se eu conseguisse uma liminar para fechar totalmente a comporta e ele não gerasse energia, eu provocaria a ele (furnas) o mesmo prejuízo que está provocando para mim. Então houve quebra de contrato, apesar da mortandade ele continua com as torneiras abertas. Ou seja, não se sensibilizou”, reclamou.
Ao relatar prejuízos, ele declarou que busca apoio da Casa de Leis para que Furnas não diminua o estoque de água.
“Essas perdas diretas são de aproximadamente R$ 1 milhão e o lucro cessante? E as outras empresas que nós estamos impedidos de dar comida para o nosso peixe porque uma das formas dele resistir ao baixo oxigênio é ele não comendo e se eu não dar comida para o peixe o que acontece? O peixe não cresce e se o peixe não cresce o que acontece? Eu não vejo e se eu não vejo o que acontece comigo", questionou.
O empresário acredita que poderá se repetir as mortes de cerca de 40 toneladas de peixes em 5 de julho, pelo fenômeno aparentar ser ocasionado por desestratificação térmica - que significa a falta de oxigênio na superfície por troca térmica da superfície com água mais profunda.
“Se tiver outra frente fria, vai morrer de novo o que sobrou e outro detalhe, quanto mais abaixo sobre capim onde era água, sobe a decomposição desse capim consome oxigênio e mata os peixes de novos. Será igual ao Covid, nós teremos mais duas ondas”, alertou o empresário.
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