A primeira-dama e promotora de Justiça, Kika Dorilêo Baracat classificou como inadmissíveis a elevação nos casos de violência sexual contra crianças durante a campanha ‘Faça Bonito’, aberta nesta quinta-feira (18.05) em Várzea Grande, com uma caminhada para chamar a atenção das pessoas quanta a importância do dia 18 de maio, que marca a 23ª Edição da Campanha de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em todo o país.
Dados oficiais demonstram que em todo Brasil, 51% dos casos de violência sexual são praticados com crianças de até 5 anos. Em 2020, 60% das vítimas tinham menos de 13 anos. Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil, uma média de 7 mil por ano.
O combate à violência que demarca a luta de direitos humanos de crianças e adolescentes no território brasileiro foi instituída pela Lei Federal 9.070/2000. Este ano comemora-se meio século ou 50 anos do assassinato da menina Araceli Crespo, que vivenciou as marcas da violência sexual, cujo crime até hoje não foi solucionado.
“Em torno desta causa, se efetivada, resultará em menos crianças e adolescentes vítimas de violência. Por isso resolvemos marcar esse dia com essa caminhada. Esta data é comemorada no Brasil há 23 anos, mas infelizmente, as pesquisas nos mostram que precisamos continuar falando sobre o tema e continuar desmistificando, levando informações e, principalmente, conclamando todos os cidadãos para que somem conosco. Essa não é uma luta só do Estado ou municípios, ou das instituições aqui representadas, é uma luta de todos nós, de toda a sociedade”, destacou Kika Dorilêo Baracat.
A secretária de Assistência Social, Ana Cristina Vieira, disse que é preciso sim parar a cidade, como foi feito nesta caminhada, para que cada um, sinta a angústia e a urgência que muitos sentem diante da violência e da exploração sexual de crianças e adolescentes. “Nós somos responsáveis, sim, quando uma criança sofre violência em qualquer lugar que ela esteja. A responsabilidade também é nossa e nós precisamos colocar isso em nossos corações e agir.”
Já a defensora Pública, Tânia Matos, afirmou ser um momento dizer que educar crianças e adolescentes é um trabalho de todos e uma responsabilidade social, que não pode ficar só nas costas das mães e da mulher. “Isso tem que ser um trabalho de todos, para termos um futuro melhor. O prefeito Kalil Baracat tem escutado as organizações sociais, tem escutado os movimentos de mulheres, e isso tem feito toda a diferença. Nossa Várzea Grande, em 10 anos no máximo, será um novo município”, opinou.
Educar crianças e adolescentes é um trabalho de todos e uma responsabilidade social, que não pode ficar só nas costas das mães e da mulher
A defensora pública também destacou o trabalho da Guarda Municipal, no programa ‘Arte de Proteger’, presente nas escolas, fazendo palestras sobre diversos temas, entre eles a violência sexual, faz a diferença. “Várzea Grande está sendo uma cidade educadora e o município tem potência para isso”, elogiou.
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Já a chefe da Delegacia da Mulher, Criança e Idosos de Várzea Grande, Mariel Antonine, avaliou que a campanha de combate à violência sexual contra criança e adolescente é gratificante para quem atua na área de segurança pública. Isso porque, segundo ela, o público infantil é carente de informação “e informação salva vidas”. Lembrando que 2022 foram registrados mais de 1.400 casos de crime de estupro de vulnerável no Estado de Mato Grosso.
“Quando vamos à escola conversar com os alunos nós verificamos que eles precisam receber informações. Nós como pais e profissionais temos a obrigação de acabar com esse tabu. Falar sobre violência sexual em casa é difícil, ainda mais complicado de se explicar que existem adultos que sentem desejo sexual por crianças ou por adolescentes. É um tema que nós não gostamos de falar, porque pensamos que vamos amadurecer a criança antes do tempo, mas precisamos ensinar e dizer que se isso acontecer com ela, que comunique o fato, porque estamos aqui para ajudar”, afirmou a delegada.
SÍMBOLO: A campanha tem como símbolo uma flor como uma lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem por objetivo proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade, proximidade e identificação da causa.
Esse símbolo surge durante a mobilização do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de 2009. Porém, o que era para ser apenas uma campanha se tornou o símbolo de causa, a partir de 2010.
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