O ex-secretário estadual, Eder Moraes, alvo de investigação da Operação Ararath deflagrada pela Polícia Federal, em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (20.02) ao programa “Chamada Geral”, declarou que sabe de muitas coisas, que contará somente a verdade, corre risco de morte e ainda, cobrou fidelidade do ex-governador, atual senador Blairo Maggi (PR), e do governador Silval Barbosa (PMDB).
Citando as Secretarias por onde passou, durante os governos Maggi e Silval Barbosa, Eder disse que acredita que as buscas realizadas ontem (19.02) pela PF em sua residência, por conta de ter sido secretário de Estado por 12 anos.
“Muito daquilo que aconteceu no Estado de Mato Grosso, em diversas esferas, passou pela minha mão. Então, em algum momento de cruzamento de dados feito pela Justiça ou qualquer ramo de investigação, vai aparecer, quer seja por conversa telefônica, quer seja atendimento a alguém que está sendo investigado, porque no Poder Público não podemos recusar de atender ninguém, então há uma série de situação que pode ter desencadeado essa busca e apreensão” declarou.
Eder disse estar tranquilo e garantiu que não fez nada de errado, apenas serviu e cumpriu ordens de Blairo Maggi – quando governador do Estado, e de Silval Barbosa. “Estou absolutamente com a minha consciência tranquila, não fiz nada de errado, nada de ilícito, não cometi nenhuma irregularidade, servi ao governador Blairo Maggi, servi ao governador Silval Barbosa, que eram meus chefes diretos, e eu cumpria ordem de Blairo Maggi e Silval Barbosa, bem como de várias outras áreas de interesse público. Estou à disposição para prestar qualquer depoimento, caso a Polícia Federal me chame” enfatizou.
No entanto, ele afirmou que suas declarações não são chantagens, apenas a verdade, pois, sempre cumpriu ordem. “Eu não tenho nas mãos o rabo do Blairo nem o do Silval, o que eu tenho é uma gestão compartilhada sob o comando do chefe maior do Poder Executivo, em um dado momento Blairo Maggi e em outro Silval Barbosa. Eu não fiz chantagem de lá e nem estou fazendo. Não é questão de chantagem, o que eu estou colocando é realidade e a verdade dos fatos, e vou colocar a realidade e a verdade dos fatos. Digo mais, sei que corro risco de vida, dos perigos que estou correndo, mas quem me conhece sabe da minha coragem e da minha determinação e sabe que eu não recuo” desabafou.
Ele acredita que muitos estão incomodados com o que ele sabe, por isso, corre risco de morte. “Muitos estão incomodados. Muitos acham que podem ter quaisquer assuntos que possam incomodá-los revelados, ou alguma coisa assim. O que eu posso dizer a quem quer que seja, é que não vou me privar de dizer um segundo se quer a verdade, seja para o Ministério Público Federal, Estadual, Polícia Federal ou qualquer órgão de poder investigativo. O que me deixa nessa tranquilidade é que eu sei que tudo que eu fiz na vida pública estava pautado em uma lei, ou por um decreto, ou por um programa de governo, portanto, eu estava revestido da mais absoluta legalidade” afirmou.
Eder reclamou da falta de companheirismo de seus ex-chefes, Maggi e Silval Barbosa.“Não recebi a solidariedade nem de Blairo Maggi nem de Silval Barbosa. Não estou só cobrando essa solidariedade como acho que eles deveriam ter a hombridade de ter me ligado pelo menos para dizer companheiro, aqui é o cidadão Blairo, ou cidadão Silval Barbosa, está precisando de alguma coisa, houve algum problema conte conosco. Pois, afinal de contas eu cuidei do caixa dos dois, então não é assim que se trata companheiro deixando na beira da estrada. Mas, a vida continua, não tem nenhum problema, apenas uma busca apreensão, não há nenhuma ação sobre o Eder Moraes, nem processo judicial, é uma situação de um longo caminho, não se sabe nem se a operação chega ao final. O que eu quero afirmar é que não vou me furtar de dizer a verdade em nenhum momento” alertou.
Ao finalizar, ele declarou não estar rico e mandou um recado indireto. “Não estou rico, trabalho com muito sacrifício, com muita luta, construí meu patrimônio declarado no Imposto de Renda, com muito sacrifício e com muita luta, o que não pode somos nós cuiabanos, nós mato-grossenses, ralar a bunda no caco de vidro, trabalhar para construir um patrimônio e ser criticado e perseguido, enquanto que outros forasteiros vêem para cá, detonam e saem daqui milionários, constroem fortunas e saem de Mato Grosso e fica por isso mesmo. Então é uma perseguição bairrista contra os cuiabanos, contra os mato-grossenses que parecem que não tem o direito de crescer na vida. Meu patrimônio está declarado e eu nunca coloquei a mão em um centavo que não fosse meu” concluiu.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).