As vésperas da volta às aulas, diretores e funcionários da rede municipal de ensino de Várzea Grande utilizam recursos do próprio bolso para fazer adequações nas escolas, na busca de receber melhor os alunos.
Segundo informações dos moradores do bairro Parque do Lago, a diretora da Escola Municipal Tenente Waldomiro Delgado Bertúlio, utilizou o recurso do próprio bolso e da escola (conseguido por meio de arrecadação em festas realizadas pela instituição), para pintar o prédio e as salas de aula, e assim, oferecer aos alunos um ambiente mais limpo e agradável para se aprender.
Os moradores contam ainda, que os próprios funcionários da escola estão realizando a pintura do local, já que a escola não tem recurso suficiente para pagar um profissional para realizar o serviço.
A reportagem do VG Notícias entrou em contato com a escola, no entanto, devido ao feriado carnavalesco, a diretora Elenair não foi encontrada para comentar as informações. Porém uma funcionária da instituição de ensino confirmou que a escola vem realizando o serviço de pintura com recursos da própria escola e que os funcionários estão fazendo o serviço.
“Um professor da escola pintou sua própria sala, outra professora pintou a sala onde ela dá aula e assim estão pintando a escola. A diretora não tem dinheiro para pagar um profissional para fazer o serviço, porque ele cobrou muito caro”, declarou a funcionária.
Segundo informações, outras escolas estão realizando do mesmo mecanismo para fazer adequações nas estruturas dos prédios.
O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Várzea Grande (Sintep/VG) informou ao VG Notícias que muitas escolas do município não oferecem estrutura digna para receber os alunos no próximo dia 18 – data que inicia as aulas na rede municipal -, e que elas precisariam primeiro passar por reformas para então, iniciar o ano letivo.
A situação pode ficar mais complicada ainda, com uma possível greve dos professores devido à questão salarial. Está marcada para o próximo dia 14, uma assembleia que deve discutir o indicativo de greve devido ao pagamento de janeiro, 13° salário, além de funcionários da rede de educação contratados que não recebem salários desde o mês de outubro.
Outro lado - O secretário municipal de Educação, Jonas Silva, disse ao VG Notícias que não tem conhecimento da situação da escola, mas reconheceu que algumas instituições de ensino da cidade utilizam de recursos oriundos de festas, que as próprias escolas realizam, para fazer adequações no prédio.
“A escola tem que informar a situação para a Secretaria de Educação, porque a escola tem que ser mantida pelo poder público, estamos aqui para assegurar isso, e não ficar utilizando de recurso próprio”, declarou o secretário.
Segundo ele, esta semana as escolas da rede municipal já estarão recebendo um repasse para que pequenos reparos nas instituições e também aquisição de material didático. “Este repasse não é para fazer pinturas nas escolas, é para adquirir material indispensável, como material de limpeza, gás, material pedagógico, até trocar uma lâmpada”, disse Jonas.
O secretário disse ainda, que não vai conseguir resolver o problema das escolas em 60 dias, mas está trabalhando para tentar amenizar o problema. “Estamos fazendo alguns reparos considerados emergenciais, como construção de banheiros, reforma em telhados e em muros”, pontuou.
Ainda de acordo com ele, para resolver a questão estrutural das escolas, a secretaria irá dialogar com o Ministério da Educação (MEC), para que até o fim do ano, todas as escolas da rede municipal de educação da cidade, possam estar com todos os programas estruturais resolvidos.
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